A dupla ação do Espírito Santo em nós!

Para conhecer o Espírito Santo e se relacionar com Ele, não necessitam os batizados voar muito longe, pois, se bem Ele “habita nos céus” (Sl 122, 1), também Se encontra próximo às almas em estado de graça, exercendo sobre elas uma dupla influência.

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Pela primeira, íntima e direta, comunica- lhes seus dons, purifica-as das misérias, inspira-lhes os bons propósitos… Essas almas se tornam, assim, semelhantes a um navio prestes a zarpar: o sopro de uma suave brisa enfunará suas velas e o conduzirá a bom porto. Sem dúvida, ao criar o vento, fê-lo Deus com o intuito de simbolizar esta ação do Espírito Santo no interior dos corações, como o indicou o próprio Jesus ao fariseu Nicodemos: “O vento sopra onde quer; ouves-lhe o ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece com aqueles que nascem do Espírito” (Jo 3, 8).

A segunda influência que d’Ele vem manifesta- se por meio do magistério da Igreja, da palavra infalível dos Pontífices ou do ensinamento dos Bispos, pelos quais o povo fiel é guiado. “O Espírito Santo – afirma ainda Leão XIII -, que é espírito de verdade, pois procede do Pai, Verdade eterna, e do Filho, Verdade substancial, recebe de um e de outro, juntamente com a essência, toda a verdade que em seguida comunica à Igreja, assistindo-a para que jamais erre, e fecundando os germes da revelação até que, no momento oportuno, cheguem à maturidade para a salvação dos povos” (Divinum illud munus, 7).

A alma que se abre às inspirações do Espírito, ao mesmo tempo em que é iluminada pela doutrina da Igreja, torna-se, de certo modo, inerrante.

Essa misteriosa atuação do Espírito Santo passa por cima de todas as fraquezas e misérias, transformando completamente aqueles que a recebem.

Para os corações assim renovados, a única lei consistirá em obedecer ao dulcis Hospes animæ (doce Hóspede da alma), deixando-O operar no seu interior, como recomendava insistentemente a santa carmelita, Madre Maravillas de Jesús, a cada uma das suas filhas espirituais: “Si tú Le dejas…” – Se você Lhe permitir…

Apesar de ser sabido que a presença de Deus, enquanto Pai e Amigo, nas almas dos batizados compete às três Pessoas da Santíssima Trindade, uma vez que estas sempre atuam em conjunto, atribui-se a inabitação especialmente ao Divino Espírito Santo, pois esta dá-se pelo amor e efetua-se apenas nas almas em estado de graça.

Ora, o Espírito Santo é o amor substancial, porque procede da união eterna e amorosa entre o Pai e o Filho.

São Paulo, ao referir-se a essa divina inabitação, mostra-se ainda mais ousado, não a restringindo apenas à alma, mas, considerando seus reflexos no próprio corpo: “Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós?” (I Cor 6, 19).

Nos abramos a ação do Espírito Santo em nós, deixemo Ele agir, guiar e capacitar e seremos continuamente transformados por Ele. Aleluia!

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