Ano 0 –  “Nunca perca de vista seu ponto de partida” Santa Clara de Assis.

“Nunca perca de vista o seu ponto de partida”

O que é o ponto de partida?

Na reflexão de Santa Clara: É o inicio, o ponto em que a flecha divina do amor de Deus alcançou nossos corações para dedicarmos nossas vidas inteiras a ele, o doce toque do chamamento. Para todo cristão o ponto de partida é o batismo, no plano espiritual para nós membros da renovação carismática católica é a experiência do batismo no Espírito Santo, um novo pentecostes!

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Em apocalipse 2,4-5 o Senhor nos faz uma exortação sobre a perca do ponto de partida:

 (Ap 2,4-5) Mas tenho contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te de onde caíste! Converte-te e volta à tua prática inicial. Se, pelo contrário, não te converteres, virei e removerei o teu candelabro do seu lugar.

A perca do primeiro amor é fruto de varias consequências:

– Negligência a vida de oração; Relativismo; mediocridade; Desleixo…

Fatores que nos levam a diminuir o fervor, perder a radicalidade, diminuir o grau de entrega, esfriar no fervor, ter a vontade fraca mediante as sugestões de pecado, viver na tibieza e até mesmo a apostasia (abandono da fé);

Nesse processo de esfriamento muitos lideres de ponta de tornam tíbios. Em apocalipse 3,15-16 o Senhor ainda exorta:

 Conheço a tua conduta. Não és frio, nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca. (Ap 3,15-16).

Precisamos voltar ao ponto zero em quatro situações:

  1. Quando estamos perdendo a identidade.

A nossa identidade é a experiência de pentecostes e a vida no Espírito. Paulo exorta aos Gálatas 5,25 “Se vivemos pelo Espírito, procedamos também de acordo com o Espírito”.  Se estamos nos afastando do Espírito Santo em seu conteúdo e experiência é porque precisamos voltar ao ponto de partida.

  1. Quanto estagnamos na vida do Espírito.

Na vida espiritual não existe estagnação, ou avançamos ou regredimos. Se não estamos progredindo na fé e no conhecimento de Cristo, sendo mais santos é porque precisamos voltar ao ponto de partida.

  1. Quando entramos em crise de fé.

Quando estamos em crise pensamos logo em desistir. Nos momentos de crise não se deixe dominar pelos sentimentos, mas relembre o porquê você começou. Aprofunde suas convicções e persevere.

  1. Quando voltamos aos hábitos do homem velho.

Sois assim tão insensatos? A ponto de, depois de terdes começado pelo Espírito, quererdes terminar na carne? (Gálatas 3,3).

Podemos voltar à carne, viver dominado pelo pecado, escravo de nossas paixões. Nesse estado somos chamados ao arrependimento para começar de novo em Cristo Jesus.

O que fazer para voltar ao ponto de partida?

Voltar às fontes! Um texto para nossa reflexão ( 2 Reis 2,19-22)

Os homens da cidade disseram a Eliseu: “É muito bom morar nesta cidade, como tu mesmo percebes. Mas as águas são ruins e a região é estéril”. Disse ele: “Trazei-me uma tigela que não foi usada e ponde sal nela”. Trouxeram.  Então foi até a fonte da água e despejou nela o sal, dizendo: “Assim diz o Senhor: Eu vou curar estas águas, e nelas não haverá mais morte nem esterilidade”. E as águas ficaram sadias até hoje, conforme a palavra que Eliseu falara.

O texto exorta que a cidade era boa: Ou seja, o problema não esta na estrutura. Quero fazer uma aplicação: Temos os sacramentos, a formação da Palavra, a Comunidade está comprometidos na missão… Temos todos os elementos para vivermos um pentecostes continuamente. Mas quando olhamos para a Igreja primitiva sentimos que nos falta algo, por que não experimentamos Deus como no inicio?

O texto fala que a região de tornou estéril. A esterilidade (Ausência de frutos) de vida, sintoma de morte. Mas qual era a causa do problema?

(v,19) Mas as águas são ruins e a região é estéril”.

As águas eram ruins. Mas onde curar essas águas: Na fonte, no percurso ou no fim da mesma? Na fonte, curando a fonte curamos todo o percurso do rio. Muitas vezes tentamos remediar nossos problemas na superfície e não voltamos na fonte, por isso continuamos na esterilidade.

O que Eliseu faz?

Disse ele: “Trazei-me uma tigela que não foi usada e ponde sal nela”. Trouxeram.

O sal na Escritura é um elemento de cura, não apenas e conserva e sabor. Esse sal que da sabor a vida humana, nos conserva puros diante da corrupção do mundo e nos cura mediante a toda esterilidade realizando uma profunda purificação é o Cristo crucificado, proclama São Paulo:  A pregação da cruz é loucura para os que se perdem, mas para os que são salvos, para nós, ela é força de Deus. (1 Cor 1,18).

Quando lemos a biografia dos santos ficamos admirados de como eles contemplavam a cruz. Um dia impressionado com a inteligência de São Boaventura  São Tomás de Aquino perguntou, onde ele  buscava os tesouros de doutrina que difundia em seus escritos. E São Boaventura mostrou-lhe o crucifixo. Santa Maria Madalena de Pazzi sofria horrorosamente numa enfermidade cruel. As dores atrozes não a deixavam um só instante. E ela permanecia, calma e sorridente. Então lhe perguntaram?

– “Donde vos vem tanta força para suportardes tantos sofrimentos sem uma queixa? –  “Vede, responde a santa, mostrando um crucifixo na parede, – vede o que o Amor infinito de Deus fez pela minha salvação. Isto é que me sustenta!”

Algumas frases de Santos sobre a cruz:

São João Paulo II: “A cruz é sinal dum amor sem limites!”

Santo Antônio de Pádua diz: A lembrança do Cristo crucificado, crucifica os vícios.

(Santa Rosa de Lima)”Fora da Cruz não existe outra escada por onde subir ao céu!”

Contemplar a cruz é penetrar no núcleo do kerigma, é ser impactado pelo oceano do amor de Deus que se manifesta em Cristo, um amor sem limites, de entrega total, como afirma São João “tendo amado os seus, amou-os até o fim” (João 13,1). É ter consciência de que fomos salvos por um alto preço, não pela prata ou ouro, mas pelo precioso sangue de Cristo (1 Pd 1,18); e ter temor mediante ao pecado que nos leva a morte e se arrepender clamando a Cristo com fé para receber a força do Espírito Santo.

Essa meditação nos levará a fonte de uma segunda conversão. A busca mais ativa pela vida de santidade, uma mortificação mais sincera e dolorosa. Voltar ao ponto zero é voltar a rezar com perseverança é se encantar novamente com a comunidade é efetivar o compromisso com a missão Evangelizadora…

O ponto de partida é nossa conversão, devemos sempre voltar nele!  Diz São Gregório de Nissa, «Aquele que sobe, nunca mais pára de ir de princípio em princípio, por princípios que não têm fim. Aquele que sobe nunca mais deixa de desejar aquilo que já conhece»

Deixe hoje Jesus deitar o sal do kerigma sobre as fontes do seu coração, ele deseja te fazer voltar ao inicio de tudo, ao ponto de partida, fazendo a experiência redentora com o crucificado, para que sua vida nunca mais seja mesma. Aleluia!

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