Comentários da Carta de São Paulo a Filemon

A carta de São Paulo a Filemon é a carta mais breve e também mais pessoal do Apóstolo Paulo. No contexto Paulo já idoso estava preso em Éfeso no ano (55 d C) quando o mesmo escreveu um bilhete para um grande amigo na fé, chamado Filemon.

Confira na íntegra

Mas quem era Filemon?

Filemon era um homem rico que residia em Colosas, em sua casa se reunia uma Comunidade e Filemon se tronou um dos grandes cooperadores de Paulo. Sendo um homem rico, Filemon possuía  escravos, no contexto da época 2/3 da população que vivia debaixo da legislação Romana eram miseráveis e escravos. Os mesmos sustentavam a economia do  mercado sendo explorados por uma mão de obra barata.

Um dos escravos de Filemon se chamava Onésimo. Onésimo fugiu da casa de Filemon e depois foi preso. Na prisão conheceu Paulo e foi convertido por ele (veja Filemon v,10).

“faço-te um pedido em favor do meu filho Onésimo, a quem gerei na prisão”.

Uma vez tendo o gerado na fé, Paulo decide escrever uma carta a Filemon para que o mesmo aceite Filemon de volta, mas em um novo tipo de relação, não como escravo, mas como irmão na fé. Os escravos era tratados como coisas no império Romano, podiam ser vendidos e comprados, um filósofo chamado Catão dizia: “Mais vale um vaca velha, do que um escravo velho, desta pelo menos pode-se aproveitar a carne”. Em caso de fuga um escravo poderia ser assassinado.

Paulo propõe a Filemon um novo fundamento de relacionamento não embasado na lei Romana mas no Evangelho da graça de nosso Senhor Jesus, assim como havia trabalhado em outras de suas cartas:

Não há mais judeu ou grego, escravo ou livre, homem ou mulher, pois todos vós sois um só, em Cristo Jesus (Gálatas 3,28).

Vale a pena ao ler observar quantas vezes Paulo menciona o nome do Senhor Jesus Cristo e quantas vezes cita a palavra irmão. Esses dois elementos “JESUS E IRMÃO” nos revelam o conteúdo de sua reflexão:

1º O EIXO EM QUE A CARTA É DESENVOLVIDA É O SENHORIO DE JESUS – que “de escravos nos fez livres”.

2º O EVANGELHO DE NOSSO SENHOR – propõe uma metanoia, uma profunda mudança de critérios, valores em nossas vidas e relações.

3º O MOTOR QUE ATIVA ESSA METANOIA É O AMOR (AGAPE) – Um amor de doação e decisão. Paulo não coage, abusa de sua autoridade, mas prefere agir pelo amor.

(v,9) prefiro apelar ao teu amor. Eu, Paulo, na condição de idoso e, agora, também, prisioneiro do Cristo Jesus.

Concluindo: Fico imaginando o impacto que a libertação de Onésimo gerou na Comunidade e principalmente para aqueles que ainda não tinham abraçado a fé. Um escravo que era para ser morto se tornou livre é incluído na comunidade em um novo tipo de relação como irmão. Com razão dizia Tertuliano quando comtemplava a Igreja primitiva: “Veja como eles se amam”.

O mundo de hoje carece de atos concretos de fé, convictos, que estão dispostos a radicalizar e escandalizar o mundo por meio do amor. Aleluia!

Fonte: Como ler a Carta de Filemon – Por José Bortolini

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