Qual o papel do Cristão no mundo?

Para compreender o papel do Cristão no mundo, primeiro precisamos compreender qual foi à missão de Cristo no mundo.

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No Antigo testamento o Espírito Santo era dado para três tipos de pessoas: Os sacerdotes, os reis e os profetas. Essa unção era dada não de forma perene, mas para uma determinada missão, havia sobre a humanidade o julgo do pecado que precisava ser destruído para que o Espírito habitasse nos homens de permanente (cf João 7,39).  Isso explica, por exemplo, Eliseu pedir uma porção dobrada do Espírito de Elias:

(2 Reis 2,9) Elias disse a Eliseu: “Pede o que queres que eu te faça antes de ser arrebatado da tua presença”. Eliseu disse: “Que me seja dado o dobro do teu espírito”.

Eliseu queria uma manifestação maior do Espírito Santo para profetizar por mais tempo e com mais unção, exercendo o ministério profético em Israel. Essas manifestações eram um deslumbre do que estaria por vir, alias tudo que aconteceu no Antigo testamento deve ser refletido nesse eixo, o mesmo foi escrito com a finalidade de revelar a plenitude na pessoa de Jesus.

E em Jesus o Espirito não só desceu, mas permaneceu, como atesta João Batista: “‘Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, é ele quem batiza com o Espírito Santo’”. (João 1,33 b).

Em Jesus o Espírito habitou em plenitude, por isso Ele é o “Cristo” o ungido, em hebraico o Messias. Em sua forma humana ao receber no Batismo do rio Jordão a unção que o qualifica como o messias, o Senhor recebeu a tríplice unção, o qual ele exerceu tanto em seu estado de humilhação como no de exaltação, essa unção já estava figurada como vimos acima no Antigo Testamento nos ofícios profético, sacerdotal e real.

Mas como Ele exerceu essa tríplice unção?

Como Profeta, ele nos revela a vontade e a pessoa de Deus. Como Sacerdote, ele é nosso mediador diante de Deus, oferecendo a si mesmo, uma só vez, em sacrifício para satisfazer a justiça divina e nos reconciliar com o Pai e vivendo sempre para interceder por aqueles que se achegam a Deus. Como Rei, ele governa como o vice-regente do Pai sobre o mundo, protege o seu povo e conquista sobre seus inimigos.

Ademais, encontramos esse tríplice ofício em todas as Escrituras. Vamos fazer um breve paralelo no Antigo e Novo testamento para aprofundar nosso conhecimento:

  1. Em Gênesis, Cristo é como:

Profeta: a Palavra criadora do Pai (1.3; cf. Jo 1.1-4; Cl 1.16) e o Anjo do Senhor que traz a revelação da vontade e da aliança de Deus (16.7; 31.11-13; cf. 2 Co 1.20)

Sacerdote: o sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (14.17-20; cf. Hb 7.17, 22, 24-25), o descendente mediador das bênçãos para todas as famílias da terra (12.1-3, 7; 13.15; 24.7; cf. Gl 3.1-16) e o subtituto provido por Deus para ser sacrificado no lugar da descendência de Abraão (Gn 22.13-14; cf. Jo 3.17 e Hb 2.16)

Rei: o Descendente de Judá de quem o cetro jamais se apartará (49.10; cf. Ap 5.5 e Hb 1.8) e que pisa sobre a cabeça da serpente (3.15 ; cf. Cl 2.15).

  1. em Apocalipse, ele é como:

Profeta: a testemunha fiel (1.5) que traz revelação, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos o que em breve há de acontecer (1.1) e que é digna de abrir os sete selos da revelação do juízo de Deus (6.1).

Sacerdote: o Cordeiro que foi morto (5.11) e que, por meio de seu sangue, liberta (1.5) e compra para Deus gente de toda tribo, língua, povo e nação (5.9).

Rei: o vitorioso Leão da Tribo de Judá, a Raiz de Davi (5.11) e o soberano dos reis da terra (1.5), que possui, reina e governa com cetro de ferro sobre o reino do mundo (2.27; 11.15) e que julga e guerreia com justiça (19.11).

Essa tríplice unção se aplica de maneira concreta em nossas vidas de duas formas pela realidade do Batismo ao qual nos tornamos “Cristãos” ou seja outros Cristo.

A primeira é aquilo que ele realiza por nós em cada uma de suas funções, conforme descrito acima. Basicamente Cristo exerce sua unção profética, nos revelando a palavra do Pai que é Ele mesmo (João 1,14). Cristo exerce sua função sacerdotal, sendo único mediador entre Deus e os homens, nEle nós temos a redenção de nossas almas. E como rei, Ele não é apenas nosso salvador, mas Senhor, Cristo nos liberta da escravidão do pecado e nos transporta para seu reino de graça.

A segunda, e muitas vezes negligenciadas, é que somos chamados a sermos à imagem do Filho. Somos chamados  pelo Batismo a exercermos a missão de todo Cristão (ungido).

Somos chamados a exercer a função de profetas: a ensinarmos tudo aquilo que Deus falou através do Filho nos últimos tempos (Mt 28.18-20), proclamando a mensagem de juízo e salvação do evangelho (Mc 16.15; Rm 2.16; 2Co 2.14-17) e sendo, como igreja, coluna e firmeza da verdade (1 Tm 3.15).

Somos chamados a exercer a função de Sacerdotes: Ou seja somos chamados a ser pontes, para que os pecadores cheguem a Deus, somos chamados a cuidarmos um dos outros (Hb 3.13; 10.25) amando e intercedendo um pelos outros e pelo mundo (Ef 6.18; 1 Ts 5.17; 1Tm 2.1-4), vivendo como um reino sacerdotal, de Santidade e amor (Ex 19.6; 1 Pe 2.9; Ap 5.10)

Somos chamados a exercer a função real: a levarmos todo pensamento cativo à Cristo (2Co 2.15) e os povos à obediência ao Rei dos reis (Mt 28.18-20; Rm 18.15) e a vivermos como reino sacerdotal (Ex 19.6; 1 Pe 2.9; Ap 5.10), na certeza de que um dia pisaremos sobre a cabeça de Satanás (Rm 16.20), julgaremos os anjos e o mundo (1Co 6.2-3) e nos assentaremos no trono de Cristo (Ap 3.21).

O Espírito Santo nos foi dado para exercermos unidos em Cristo essa tríplice unção, peçamos ao Senhor o derramamento do Espírito para vivermos a plenitude de sua vontade. Aleluia!

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