Curso Boa Semente, fase III – livros poetícos

Vamos conhecer uma  pouco sobre os livros poéticos,  ou sapienciais, aqueles que apresentam a sabedoria e poesia dos hebreus. Confira essa breve ntrodução na íntegra.

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Os Salmos, Jó e os Provérbios, nas Bíblias hebraicas, formam um grupo à parte, com a denominação de Livros poéticos.  No uso comum, cristão e moderno, porém, acrescenta-se-lhes também o Eclesiastes, o Cântico dos Cânticos, o livro da Sabedoria e o Eclesiástico ou Jesus de Sirac; e é freqüente entre os Padres gregos bem como entre os autores modernos, estender a todos o nome de Livros poéticos. E com razão; pois o Cântico dos Cânticos e o Eclesiástico são escritos em versos como os Provérbios. O Eclesiastes e o livro da Sabedoria possuem, outrossim, forma poética, embora menos rigorosa. Trata-se, portanto, de um elemento comum a todos esses livros.

São também chamados livros didáticos ou sapienciais, por falarem muito de sabedoria. Mas o título de sapienciais é reservado especialmente aos últimos cinco livros (Prov, Ecl, Cânt, Sab e Eclo); os salmos são na máxima parte de gênero lírico, sem, todavia, lhes faltar o elemento didático; o gênero do Cântico dos Cânticos é exclusivamente o lírico. De resto, lírico e didático são os dois gêneros de poesia cultivada pelos hebreus. 

O que caracteriza toda a poesia hebraica é o chamado paralelismo. Ordinariamente, o verso compõe-se de dois membros ou hemistiquios, o segundo dos quais forma certa simetria com o primei-do, ora repetindo com outras palavras o conceito (paralelismo sinonímico), como, por exemplo:

“Quando Israel saiu do Egito, e a casa de Jacó do meio dum povo bárbaro, Deus consagrou ao seu serviço o povo de Judá, e estabeleceu em Israel o seu império; (SI 113,1-2); ora destacando o mesmo conceito por meio de contrastes (paralelismo antitético), como, por exetriplo: “Um filho sábio é a alegria de seu pai, porém um filho insensato é a tristeza de sua mãe” (Prov 10,1). O segundo hemistiquio não é, às vezes, a repetição, e sim o complemento do primeiro (paralelismo sintético ou progressivo), como, por exemplo: “Com a minha voz clamei ao Senhor, e ele ouviu-me do seu santo monte” (SI 3,5).

A observância dos paralelismos ajuda a compreensão do verso, visto que a segunda parte repete e, muitas vezes, esclarece obscuridades ou figuras contidas no primeiro hemistiquio. Por exemplo: Sab 33,6 o “sopro da boca” de Deus não é senão a sua “palavra”, o “fiat” da criação (cf. v. 9); SI 71,1 “o filho do rei” não é pessoa diversa do “rei” do primeiro hemistiquio. Deve-se notar de maneira especial que freqüentes vezes os dois hemistiquios paralelos apresentam cada um uma parte e aspecto da idéia, e unidos formam um só conceito. Destarte o citado Prov 10,1 quer significar que o filho sábio é a glória dos pais, ao passo que o insensato causa-lhes tristeza. Assim no SI 91,3 proclamar pela manhã a bondade de Deus, e pela tarde a sua fidelidade tem o sentido de: exaltar dia e noite a liberalidade constante de Deus.

Muito se disputou nos últimos tempos se o verso hebraico tenha um determinado ritmo e qual, sem contudo se ter chegado a um acordo entre os estudiosos a respeito. Mais solidamente provadas parecem estas normas: O verso, ou melhor dito, o hemistiquio hebraico, deve ter um determinado número de sílabas acentuadas, nada mais. 2o O número de sílabas acentuadas varia de duas a cinco em cada hemistiquio. Quando o hemistiquio possui cinco acentos, ordinariamente entre o terceiro e o quarto interpõe-se uma cesura, resultando assim um ritmo elegíaco (com dois períodos de comprimento desigual). Entre as duas sílabas acentuadas estão em geral uma, duas ou três não acentuadas. Portanto, o número de sílabas num verso ou hemistiquio ê indeterminado, mas conservado dentro de certos limites.

A observação exata desse ritmo é de grande utilidade para a pontuação, isto é, a divisão entre os hemistiquios e também entre os versículos, que não raro são mal distinguidos, inclusive na divisão massorética, introduzida pelos mestres hebreus, e geralmente seguida, como se pode ver em 15,23-24.31-32; 16,7-8; 19,14-15, ou nos SI 16,3-4;30,11-12;39 7-9; 64.2-4 etc. Conseqüência dessa atenção às exigências do ritmo é a restituição da composição do poeta sagrado a toda a sua natural beleza e a projeção de uma luz intensa para a compreensão do seu pensamento, animado pelo sopro divino.

Fonte:  http://www.pr.gonet.biz/kb_read.php?num=441  acesso dia 04/01/2019  

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