Refletindo sobre os carismas…

O desconhecimento e a atualidade dos carismas… confira na íntegra!

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1 – Desconhecimento dos Carismas: 1Cor 12,1

Desde o início da Igreja, sempre houve ignorância a respeito dos carismas. Contudo, os cristãos de Corinto não eram tão ignorantes no assunto como o somos nós e nossas comunidades. Eles conheciam muito bem os carismas, mas sem que os tivessem aprendido em um catecismo ou curso de teologia. Eles os conheciam muito bem porque os viviam, os aplicavam, os possuíam e os experimentavam na vida de cada dia. A vida cristã significava o mesmo que vida carismática.

Paulo sabia disso e sabia que em Corinto os carismas eram abundantes e intervém, não para instruir a comunidade sobre a existência, natureza ou utilidade dos carismas, mas para instruir sobre a sua aplicação correta, a fim de obter a melhor vantagem possível para toda a Igreja.

  1. Carismas manifestados em Corinto (1Cor 12, 4-11)

Tais dons constituíram a alma da vida comunitária. Os cristãos de Corinto portanto conheciam muito bem esses dons, pois eles os possuíam e aplicavam.

O que, porém dizer de nós cristãos de hoje?

Em Corinto havia carismas demais. Hoje nossas comunidades ignoram até a sua existência.

Infelizmente, a religião católica se reduziu a uma filosofia, o Novo Testamento a um código de justiça social; a nossa prática religiosa a um conjunto de devoções e a santidade à observância de leis e preceitos. E falar de carismas para os católicos hoje, é o mesmo que falar de um mundo irreal ao qual não temos acesso ou de fenômenos cheios de mistérios reservados somente a algumas pessoas privilegiadas.

A maioria os desconhece e os poucos que os conhecem na teoria, esforçam-se para ignorá-los na prática.

OBS: A idéia dominante, mesmo entre pessoas autênticas de intensa vida interior, é de que os carismas são dons extraordinários reservados a alguns santos. Principalmente carismas como dom das curas e o dom de operar milagres, segundo a nossa mentalidade, estão relacionados com a santidade das pessoas.

Mas, Paulo escrevia a cristãos que não eram muitos santos e que carregavam seus vícios e defeitos, até graves, como se pode deduzir de suas cartas.

“Vou fazer o possível, mas milagre não posso fazer”. Mas os coríntios faziam.

“Milagres… só os santos!” Isso é verdade, mas precisamos entender sobre o que são santos.

Por séculos se acreditou que santos são somente os que estão nos quadros rodeados de velas e flores. Mas, no princípio não era assim. No tempo dos apóstolos, santos eram todos os cristãos, porque todos estavam cheios do Espírito Santo. Dizer “cristão” ou “santo” era a mesma coisa.

  1. E a Igreja cresceu

Com o correr do tempo, porém, quando o cristianismo passou a ser a religião do Estado, quando as conversões se sucediam em massa, mais por conveniência do que por convicção, começou-se a verificar a distinção entre os cristãos escolhidos chamados “religiosos” e os cristãos comuns chamados “seculares” e somente os primeiros tinham a obrigação de serem santos, enquanto que para os outros bastava que aderissem ao Credo.

Para a maioria dos cristãos, portanto, o cristianismo se tornou mais uma doutrina que uma vivência, enquanto que a santidade se distanciava do povo de Deus para ir refugiar-se nos desertos e, mais tarde, nos conventos e mosteiros.

O santo passou então a ser uma figura excepcional, distinta e separada da massa dos homens. E criou-se a convicção de que somente essa categoria de pessoas era digna de receber os dons do Espírito Santo. Os carismas eram concedidos como prêmio de suas virtudes e sinais evidentes de sua santidade.

A maioria dos cristãos, que já havia perdido o conceito puro de santidade, não mais sentiu a necessidade dos carismas porque havia os do santo protetor. Daí surgiram igrejas, santuários, livros, santinhos, imagens, pregações para enaltecer os milagres do santo e propagar sua devoção.

Com fatos e com palavras, procuram-se inculcar que tais santos eram os únicos instrumentos através dos quais o poder de Deus podia descer até nós.

Não foi este o propósito da Igreja ao colocar sobre os altares esses homens que praticaram tantas virtudes de modo heróico. A Igreja nos-lo apresentou como intercessores e principalmente como modelos a serem imitados. Mas na prática, por diversos motivos, prevaleceu, no culto dos santos, o aspecto devocional e protecional, o que foi um erro e um mal.

Isso porque, as reservas infinitas de força carismática destinadas a difundir-se na Igreja através de tantos canais quanto são os cristãos no mundo, reduziu-se a alguns cristãos somente, limitou-se a graça de Deus. Em consequência, ficamos pobres, fracos e vazios, enquanto poderíamos ter aproveitado tesouros inesgotáveis, riquezas infinitas e forças todo-poderosas que teriam destruído o poder de Satanás e transformado a face da terra.

Podemos ser tão poderosos quanto o santo de nossa devoção ou até mais que ele, porque Deus não tem filhos privilegiados e os carismas que Ele deu ao santo, pode dá-los também a nós. Somos todos diferentes aos olhos de Deus e todos com os mesmos direitos, temos acesso às suas riquezas infinitas.

  1. A atualidade dos carismas

O Espírito Santo é dom do Pai para todos e para cada um que crê em Jesus e também os dons desse mesmo Espírito, porque Ele não vem sem trazê-los consigo.

O Espírito Santo é o dom do Pai igual para todos, enquanto que seus carismas também são para todos, mas divergindo de pessoas para pessoa.

Os carismas são para todos – At 2, 38-39 // Jl 3, 1-2

Naqueles dias, o Espírito Santo derramou os seus dons espirituais sobre todos e cada um dos membros do Corpo Místico de qualquer tempo, a fim de continuarem a missão de Jesus até o fim.

A Missão implica em :pregar a Boa Nova, curar os enfermos e libertar os cativos de Satanás.

Tal missão não pode ser cumprida sem os mesmos poderes de Jesus e todo aquele que crê pode fazer todos os milagres de Jesus – Jo 14, 12.

Jesus não exige a santidade, mas que se creia n’Ele. Os apóstolos e os primeiros cristãos foram homens normais.

Os carismas são dons gratuitos do Espírito Santo e não prêmios pela nossa virtude. São distribuídos a todos os que crêem. São necessários hoje como foram no início da Igreja.

Foram necessários a Jesus para manifestar por sinais Sua autoridade, necessários aos apóstolos para testemunhar que eram portadores da autoridade dada por Jesus.

Na Igreja primitiva ser cristão significava ter uma vida de intensa experiência dos dons do Espírito Santo; para os primeiros cristãos, o Espírito Santo não era só a terceira pessoa, mas era a vida, a força, a alegria das suas comunidades.

São necessários na Igreja de hoje e de todos os tempos: o cristão não é apenas alguém que crê na doutrina de Cristo, mas alguém que dá testemunho dele no mundo. Não é apenas um profeta que comunica as mensagens do céu aos homens, mas um canal através do qual as riquezas do céu chegam até os homens.

Podem existir crises de todo o tipo. Mas o Reino de Deus não pode atravessar por crise evangélica, porque no Espírito Santo ele encontra reservas inesgotáveis, capazes de acionar os cristãos a serem a luz do mundo.

Cada cristão é chamado para ser um canal condutor da onipotência de Deus que beneficia todos os homens. Essa onipotência, o cristão a recebe e a transmite por meio dos dons do Espírito Santo.

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