Como atrair jovens para minha comunidade?

(Oseias 2.16) Pois, agora, eu é que vou seduzi-la, levando-a para o deserto e falando-lhe ao coração.

Tenho percebido que muitos grupos de jovens não conseguem levar os jovens a maturidade de fé e perseverança. Acredito que umas das principais raízes dessa problemática é a associação que fazemos entre “barulho e juventude”, que em síntese se caracteriza por confundir a experiência de Deus com a experiência religiosa.

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Como infelizmente a maioria de nossos grupos não conseguem promover uma real experiência de pentecostes, temos a tendência como líderes de jovens a promover experiências de muito barulho e agitação em vista de atrair e gerar a perseverança dos jovens. Essa tática, quando é apenas um adorno, um chamarisco, realmente se torna eficaz no primeiro momento, mas as mesmas tendem a virar rotina se não levarem a algo novo, ou seja, uma profunda experiência com o Deus vivo que faz novas todas as coisas (Ap 21.5).

Quando uma experiência real de Deus acontece, note que a realidade é outra. Os jovens que decidem buscar uma espiritualidade mais madura aprofundando suas convicções de fé recorrem às experiências de silêncio, escuta, contemplação, oração pessoal, e automaticamente começam a buscar uma formação mais sólida para crescer em suas convicções.

Claro que não devemos acabar com a animação, o louvor, com aquele momento maravilhoso de profundo clamor, características de nossos grupos de oração… Mas devemos promover mais a cultura da contemplação. É sobretudo no silêncio que saímos do anonimato e nos apresentamos como realmente somos e estamos na presença de Deus.

Quando a cultura do silêncio não é favorecida na espiritualidade dos membros de um grupo de oração, automaticamente somem as experiências carismáticas por que perdemos a docilidade interior às moções do Espírito Santo.

O barulho “bateria, microfone, animação”… pode até parecer legal, mas o que o jovem realmente quer na Igreja é se encontrar com Deus de uma forma pessoal. O perigo de fazer do grupo apenas uma “bagunça jovem” é que você pode até atrair alguns, mas dificilmente você conseguirá levar esses jovens a uma verdadeira experiência com Deus e, a partir daí, a uma conversão de vida.

Em nossos grupos é claro que devemos investir em eventos para atrair os jovens: louvores, shows, vigílias, encontros… Mas ao atrair esse jovem devemos primeiramente apresentar um bom conteúdo, uma pregação que responda aos seus anseios mais elevados de vida, que responda suas crises interiores e em seguida promover com todo empenho situações e momentos para que nossos jovens façam a experiência com o Deus vivo através da oração.

Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais nossa alma busca o silêncio.

Já dizia Santo Ambrósio: “O demônio ama o barulho, Cristo busca o silêncio.” É ilusão achar que fazendo barulho levaremos os jovens para Deus. No máximo, os traremos para dentro da Igreja por pouco tempo. Pois, quando o barulho de outra igreja for melhor, irão para lá.

O verdadeiro “barulho” que o jovem procura é o testemunho de vida, a profunda adoração ao Deus Vivo e Verdadeiro, que resulta em coerência na vida no Espírito, que leva à missão e ao compromisso com a comunidade.

Enquanto maquiamos a nossa espiritualidade numa tentativa frustrada de torná-la mais bela e atraente, a alma da juventude grita, clamando conhecer a verdadeira Igreja de Cristo. Sem máscaras, sem rótulos, linda, sóbria e solene, como sempre foi, embriaga do Espírito Santo.

Querem atrair os jovens para a Igreja?

Volte às fontes, volte à pregação ungida da palavra e mergulhe profundamente na vida interior, ofereça em sua comunidade um espaço vivo para crescimento de vínculos fraternos, de oportunidades para que os talentos se tornem carismas, como vemos na Igreja primitiva.

Só existe uma forma de fazer a juventude permanecer na Igreja: é fazê-la perceber que Cristo é o sentido de suas vidas por meio da experiência perene do Espírito Santo. E para isso precisamos mais do que nunca sermos fiéis ao nosso carisma fundacional, obedientes àquilo que a Igreja espera de nós, que sejamos apóstolos do Espírito Santo, rosto e memória de pentecostes!

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