Fortalecei esses braços cansados, firmais os joelhos vacilantes! (Isaías 35,3)

Como vencer as tentações e progredir na vida espiritual?

Esse texto é uma exortação para aqueles que estão engajados na linha de frente da missão do Senhor e encontram obstáculos que impedem o progresso espiritual “fortalecei os braços” “firmai os joelhos”.

Somos chamados a combater nos dois campos o natural e o sobrenatural. Os braços representam as forças humanas, e os joelhos vacilantes a vida de oração. Santo Inácio nos ensina que precisamos ser contemplativos na ação. A oração deve nos levar a ação, para vencermos precisamos estar com os braços fortalecidos, e nossos joelhos firmados. Confira esse ensino na íntegra, paz e pentecostes!

Afinal temos que compreender que a vitória não foi alcançada, não terminou a carreira, precisamos nos esforçar e muito para completar a obra para qual fomos chamados, ainda não estamos prontos, a palavra do Senhor exorta: Sem a santidade ninguém verá o Senhor. (Hebreus 14.12).  O Catecismo nos exorta 2015: “O caminho da perfeição passa pela cruz. Não existe santidade sem renuncia e sem combate espiritual, o progresso espiritual envolve ascese e mortificação.” Por isso não podemos desanimar, nem desistir de trabalhar, pois aquele que nos fez a promessa é fiel e nos dará a recompensa de nossos esforços e tribulações por causa do seu Nome.

Vamos ver nesse texto duas figuras ao qual somos chamados a progredir.

A primeira são os braços enfraquecidos: Os braços representam a força humana.

 A dimensão humana no projeto de salvação:  A Igreja sabiamente sempre nos exortou sobre vários meios para combatermos  o pecado. Vigilância, ascese, disciplina, mortificação, jejum, penitências voluntárias, caridade. Esses MEIOS nos fortalecem nos combates diários pela busca da santidade.

Para progredir na vida Cristã precisamos fortalecer os braços que estão enfraquecidos: “Onde falta vontade enérgica, não há homem perfeito” ensina padre Royo Marín, falando daqueles que desejam ser santos, mas não cooperam efetivamente com Deus nesse processo, impedindo-O de atuar livremente em sua natureza.

Isso acontece justamente por causa da vontade fraca, uma marca que o pecado original deixou em nós, aquilo que a Igreja chama de paixões desordenadas que afloram nos pecados capitais (gula, inveja, preguiça, ira, avareza, soberba, luxuria), somos inclinados ao menos, buscamos o menos esforço, somos preguiçosos, e não possuímos o habito de vencer nossas fraquezas o que nos torna escravos do pecado e enfraquecidos em nossos combates.

Aqui vem a primeira exortação: FORTALECEI OS BRAÇOS ENFRAQUECIDOS!

Lembremo-nos de alguns imperativos bíblicos: Arrependei-vos! Convertei-vos, fugi das paixões da vossa juventude! Vigiai, pois não sabeis o dia nem a hora!

Uma segunda dimensão  na exortação do texto: FIRMAI OS JOELHOS VACILANTES! 

 Os joelhos vacilantes representam a vida interior, aquilo que nos coloca em comunhão com Deus, sobretudo a vide de oração.   Como esta sua vida de oração?

Devemos estar persuadidos que de nós mesmos não temos força para resistir às tentações da carne por maior que seja nossos esforços. Há de vir-nos de Deus a força, — que ele não concede senão a quem lhe suplica. O único triunfo  contra as tentações, diz São Gregório de Nyssa, é oração. A oração diz São João Crisóstomo é o melhor remédio no combate: “Nada vale tanto como a oração. Ele torna possível aquilo que é impossível, fácil o que é difícil. É impossível que o homem que reza continue pecando”

A oração é a força do cristão, ela nos une a Deus é nela que podemos dizer com São Paulo “tudo posso naquele que me fortalece” (Cf Fl 4,13).  Somos chamados a firmar os joelhos vacilantes, ou seja, enraizar toda nossa estrutura no coração do Senhor, pois aquele que se coloca de joelhos tomba com mais dificuldade, aquele que persevera na oração dificilmente será aniquilado pelos ventos contrários, pois diz o Senhor: (Isaias 54,17) “Toda a ferramenta preparada contra ti não prosperará”.

Essas duas dimensões nos revelam que o Cristão precisa estar empenhado em dois campos de missão: A primeira nos insere no mundo natural, a segunda no mundo sobrenatural. Para que possamos vencer nossas batalhas diárias precisamos estar firmados e fortalecidos em ambas as dimensões, são duas asas ao qual não podemos decolar na vida do Espírito sem exercitarmos ambas.  Pois o Senhor não nos tirou do mundo e somos chamados a estabelecer seu reino na terra, se nos refugiamos em oração sem combater os inimigos nos tornamos alienados. Por outro lado “a nossa luta não é contra a carne e o sangue” (cf Efésios 6,12), mas contra as forças sobrenaturais. Se não rezamos vamos para o combate pelas nossas próprias forças e sem a benção de Deus, isso é sinal que nossa missão será um fracasso, pois o próprio Senhor disse: Sem mim nada podeis fazer (cf João 15,5).

Dessa vertente aprendemos com um mestre da vida no Espírito como vencer nossos combates. Santo Inácio nos ensina que precisamos ser contemplativos na ação. A oração deve nos levar a ação, para vencermos precisamos estar com os braços fortalecidos, e nossos joelhos firmados.

Que essa meditação seja uma injeção de animo em sua vida espiritual é necessário ter coragem para se lançar nesse fogo de pentecostes, porque Ele nos consumara por inteiro. Aleluia!

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