Sair do Egito era uma coisa, atravessar o rio Jordão era outra realidade. A travessia do rio era um ponto alto para os israelitas: júbilo, celebração, constatação da mão sobrenatural de Deus sobre eles e a expectativa de um futuro grandioso.
A realidade se encontrava diante dos olhos deles, pois se achavam na terra do conflito. Haviam chegado a um lugar crítico, sem possibilidades de recuar. Era preciso acreditar no poder absoluto de um Deus vivo, que está sempre trabalhando para o seu povo (Js 4, 19-24)., para expulsar as forças cananitas e estabelecer os propósitos de Deus.
O milagre da atravessar o rio Jordão não foi apenas inspirar o povo de Deus, mas a maneira singular de impedir a volta deles.
Agora os israelitas cruzam o rio (cf. Js 4, 19-24; 5 9-10), passando a linha divisória e entrando num novo estilo de agir. Agora, Canaã representa um novo tipo de guerra, de liderança, de receber a provisão de Deus.
O prelúdio é chegar a Jericó, mas parar em Guilgal é vital. É um lugar de localização estratégica e ponto de transição em que Deus apaga o passado. O Jordão de um lado oferece segurança e a planície aberta evita ataque-surpresa. O povo de Deus tinha toda água necessária e um lugar onde pousar, a fim de aguardar pelo Senhor e se preparar para sua primeira operação de conquista: a cidade Jericó.
Guilgal significa separação, ou seja, a remoção do opróbrio do Egito (Js 5: 1-9).
Os israelitas precisavam receber a restauração pessoal, antes de um confronto direto com os poderes cananeus. Como simbolismo e preparação o Senhor Exige a circuncisão:
A circuncisão – o corte do que era antigo.
A circuncisão é o selo da aliança entre Deus e Abraão e de todos os seus descendentes (Gn 17,9-14). O fato de circuncidar era a volta dessa geração aos propósitos da aliança de Deus. Os filhos de Israel deviam levar em si a marca da separação deste sinal exterior da circuncisão, como uma obra de Deus em seus corações (Dt 10, 16; 30: 6). Como nós,também devemos ter a marca interior da separação em nossos corações (o Batismo) (Cl 2, 11-13).
Dizia Origínes: No Jordão a arca da aliança guiava o povo de Deus. A ordem sacerdotal e levítica sustém o passo; e as águas, como que prestando reverência aos ministros de Deus, param o seu curso e juntam-se em alta muralha, oferecendo ao povo de Deus um caminho seguro. Não te admires, cristão, de te serem anunciados estes fatos realizados em favor do antigo povo de Deus, porque a ti, que passaste o Jordão por meio do sacramento do batismo, a palavra divina promete coisas muito maiores e mais admiráveis, e oferece um caminho e uma passagem para o Céu através dos ares.
Nossa vida de circuncisão é uma vida onde o homem natural, carnal é separado. No lugar do nosso poder e habilidades naturais, Deus deseja uma dedicação total a Ele. A terra a nossa frente não será conquistada pela força natural ou poder carnal, mas pelo poder secreto de Deus que esta em todos aqueles que se deixam mover pelo poder do Espírito Santo.
Primeiro uma separação, depois uma reconciliação com Deus, juntando-se aos seus propósitos de aliança, para alcançar a todos com o Evangelho.
Guilgal é um símbolo:
Povo do reavivamento; entrada num novo plano de comunhão com o senhor; uma nova obediência a cada uma de suas palavras; e um nova sensibilidade a cada mandamento seu.
Esta é exatamente a jornada que temos de fazer, quando estamos decididos a alcançar cidades para Cristo. A travessia dos rios do reavivamento, a coleção de verdades do reavivamento, a celebração do poder do reavivamento. Porque é aí que o poder e a presença de Deus são reais.
O deserto é a remoção da nossa força natural e Guilgal é o lugar para circuncidar os corações do povo de Deus, afastando nosso passado e permitindo que Deus nos forneça uma nova estratégia de vida.
Não podemos evangelizar cidades até termos primeiro recebido corações novos e afastado nossas estratégias e mentalidade baseadas no Egito sobre como realizar grandes coisas para o nosso Deus (cf. Hb 12,1-2.
Que essa Santa meditação nos leve para um grande reavivamento espiritual, pois veremos no capitulo 6 de Josué que encontraremos um grande obstaculo as muralhas de Jericó.