Resumo 1º e 2º Samuel.
De maneira geral todos os acontecimentos que encontramos em 1 e 2 Samuel foram situados entre o período de cerca de um século e meio, aproximadamente os anos 1040-971 a.C
O livro de Samuel acontece em um período de transição, entre os Juízes para o período da monarquia.
No livro de Samuel temos o inicio da monarquia em Israel com duas visões sobre a mesma: Uma desfavorável representando as tribos do norte que viviam nas terras mais produtivas (1 Sm 8;10- 17-27); e uma favorável representando as tribos de Judá onde as terras eram menos produtivas (1 Sm 9,1-10,16;11).
Confira na íntegra
Os reis eram autoridades instituídas por Deus para salvar e governar o povo. Os mesmos tinham duas grades funções uma externa outra interna:
Funções externas: Os mesmos deveriam reunir, liderar e defender a nação dos seus inimigos (1 Sm 9.16).
Funções internas: Organizar e promover a vida social conforme a justiça e o direito (cf Dt 17.14-20).
As duas funções se resumem, portanto numa dupla relação: Obedecer a Deus e servir o povo. Conforme Samuel qualquer autoridade que não obedece a Deus e não serve o povo, é ilegítima e má, pois usurpa a autoridade de Deus para oprimir e explorar a todos.
Samuel foi o ultimo Juiz em Israel, em seu ministério ele vai ungir Saul e de maneira posterior Davi como os primeiros reis em Israel.
Samuel era filho de Ana que era estéril mas foi agraciada com um filho, e colocou-lhe o nome de Samuel “Eu pedi ao Senhor” como agradecimento a essa benção, Ana consagrou Samuel a Deus, que desde criança foi morar com o sacerdote Eli ( Cf Cap 1 e 2 de Samuel).
O capitulo 3 narra sua vocação, 1 Sm 3.10 encontramos Samuel tendo uma experiência profunda com Deus que o chama pelo nome e diante desse chamado o jovem Samuel responde: “Fala, que teu servo escuta”. Em Samuel o autor sagrado quer nos apresentar o modelo do ministro fiel a Deus, por isso o ministério de Samuel e se torna eficaz porque Samuel tem docilidade interior. Samuel exercia três ministérios: Juiz, sacerdote e profeta em Israel.
Passando por Samuel vamos conhecer um pouco de Saul.
Israel cometeu um grave pecado, queria ser igual as outras nações (cf 1 Reis 8.20 a). “Pois queremos ser como todas as outras nações”.
Israel estava negando seu chamado sua identidade, pois o Senhor escolheu justamente para que fosse um povo apartado, santo, em semelhante situação caímos quando desejamos sermos como o mundo, nós não somos do mundo, mas estamos no mundo para transforma-lo através da renovação espiritual de nossas mentes (cf Rm 12.1-2).
Esse desejo desagradou não só a Samuel, mas a Deus, que era o único Rei de Israel. Esse desejo era uma manifestação clara de uma rejeição ao próprio Senhor, mas como o Senhor respeita nosso livre arbítrio ele permite que seja ungido um rei para Israel.
(1 Sm 8. 11) O Senhor disse a Samuel: “Atende a tudo o que o povo te diz. Porque não é a ti que eles rejeitam, mas a mim, para que eu não reine mais sobre eles.
No primeiro livro de Samuel encontramos o relato do ministério de Saul que foi desobediente ao chamado de Deus e perdeu a unção. Em contraste encontramos o relato de Davi seu sucessor, um jovem ousado que foi ungido por Deus e se tornou lâmpada em Israel.
É nesse livro que encontramos a batalha entre Davi e Golias, onde um jovem sem qualquer possibilidade de vitória vence um gigante, mostrando que pelo poder da fé podemos vencer qualquer barreira em nossa vida.
No livro de Samuel encontramos duas expressões muito conhecidas:
ICABOD – FOI BANIDA A GLÓRIA DE ISRAEL (1 Samuel 4. 21) Deu ao menino o nome de Icabod, dizendo: “Foi banida a glória de Israel”
EBENEZER (1 Samuel 7.12) (isto é, Pedra do Socorro), dizendo: “Até aqui o Senhor nos socorreu”. Quando os Israelitas vencem os filisteus que capturaram a arca da Aliança no mesmo lugar onde foram derrotados.
O segundo de Samuel dedica-se inteiramente a Davi em seu reinado de 40 anos. O livro de 2 Samuel pode ser dividido em duas partes, a primeira contando as vitórias, conquistas e expansão do reinado de Davi, e a segunda parte fala dos pecados e as infidelidades do rei, que abusa do seu poder (unção) para seu beneficio próprio.
Como não lembrar do pecado com Betsabéia onde dominado pelo prazer, Davi mata Urias seu esposo, o profeta Natã exorta durante (cf 2 Sm 12) e profetiza consequências terríveis, (2 Sm 12.10) “Por isso, a espada jamais se afastará de tua casa” e realmente essa promessa aconteceu:
Davi teve:
Um filho morto ao nascer; Um filho estuprador chamado Amnon, uma filha estrupada chamada Tamar (cf 2 Sm 13). Absalão enfurecido mandou assassinar Amnon, e como Davi não fez nada, Absalão enfurecido nutriu ódio eterno de seu pai Davi (cf 1 Sm 15), fazendo guerra, Davi foge para o deserto, o salmo 51 é escrito nesse momento, onde Davi faz uma experiência profunda com Deus e se destaca pela capacidade de se arrepender, nessa experiência ele descobre que Deus não abandona um coração contrito e humilhado (cf Salmo 51.19) assim Davi se torna o homem segundo o coração de Deus.
No capitulo 18 Absalão morre fugingo dos soldados de Davi, e Davi em prantos volta para seu trono.
1ª parte. Samuel, o último Juiz.
Poderíamos sintetizar:
1) Nascimento de Samuel (1,1-2,10); sua juventude a serviço do templo; em paralelo a reprovação do sacerdote Heli e de seus filhos (2,11-3,21) uma críticas aos sacerdotes que profanavam sua consagração .
2) Primeira guerra filistéia; nesse livro os filisteus aparecem como o grande inimigo, derrota, captura da arca, morte de Heli e de seus filhos (4). Retorno da arca santa (5-7,2).
3) Judicatura de Samuel: reforma religiosa, segunda guerra filistéia, vitória; governo de Samuel (7,3-17).
4) Mau governo dos filhos de Samuel. O povo pede um rei (8); Saul é ungido e proclamado rei (9-10). Vitória sobre os amonitas (11). Samuel abdica e despede-se do povo (12).
2ª parte. Saul, primeiro rei.
1) Terceira guerra filistéia; desobediência de Saul; audácias de seu filho Jonatas; vitórias. Sumário do reinado de Saul (13-14).
2) Vitória sobre os amalecitas, e outra desobediência de Saul, que é por isso reprovado (15).
3) Samuel unge secretamente rei a Davi, que é chamado à corte de Saul, assaltado por mania furiosa (16).
4) Quarta guerra filistéia. Davi vai ao acampamento e mata o gigante Golias (17,1-54). Amizade de Jonatas com Davi e inveja de Saul para com o mesmo (17,55-18,9).
5) Saul procura matar Davi, o qual foge da corte (18,10-19,17); vai ter com Samuel, renova com Jônatas o pacto de amizade (19,18-21,1).
6) Davi anda errante por vários lugares (21,2-22,5); Saul mata os sacerdotes fautores de Davi (22,6-23). Davi em Ceila (23,1-13); em Zif salva-se de grave perigo (23,14-28); em Engadi poupa a vida a Saul (24); ofendido por Nabal, é aplacado por Abigail, que depois desposa (25); novamente poupa a vida a Saul (26); vive entre os filisteus (27).
7) Quinta guerra filistéia. Saul consulta a nigromante de Endor (28). Davi. afastado pelos filisteus (29), vence os amalecitas (30). Saul morre no campo de batalha (31) e Davi pranteia a sua perda (2Sam 1).
3a parte. Davi, fundador da dinastia (2Sam 2-24)
O segundo livro de Samuel esta centrado na figura de Davi, cuja história começa em 1 Sm 16 com o recebimento de sua unção e as lutas dos pretendentes ao trono de Israel. O segundo Livro de Samuel é uma extensão do primeiro, alias os hebreus não o separam em dois livros.
Davi é apresentado como o homem segundo o coração de Deus, o rei ideal, que obedece a Deus e seu povo. Davi cresce em sua autoridade primeiro ganhando a fidelidade das tribos de Judá e de maneira posterior as tribos do norte, unindo e fortalecendo a nação.
Nele encontraremos a descendência do messias. Segundo o profeta Natã (cf 2 Sm 7) de seu trono, sua descendência sempre se levantará um ungido, messias para governar o povo. Nele é gerada a concepção de ideológica messiânica que da descendência de Davi sempre será levantado um ungido para governar o povo. Nesse contextos os judeus começaram a nutrir a esperança de um messias que iria reunir o povo , defender os inimigos e organiza-lo numa sociedade justa e fraterna. Dizendo que Jesus é descendente de Davi, os Evangelhos mostram que ele é o messias esperado (daí o nome grego Messias). Ele veio para reunir todos os homens e leva-los à vida plena, na justiça e fraternidade do reino de Deus.
1) Rei de Judá em Hebron (2,1-7); guerra civil entre os dois partidos, progressos de Davi (2,8-3,5); assassínio de Abner (3,6-39) e de Isboset (4).
2) Rei de todos os israelitas em Jerusalém (5,1-16); vitória sobre os filisteus (5,17-25); transladação da arca para Sião (6); promessa messiânica (7); conquistas no exterior (8); favores ao filho de Jônatas (9).
3) Desordens domésticas. Guerra amonita (10); duplo pecado de Davi (11); arrependimento de Davi (12); incesto de Amnon (13,1-22); vingança de Absalão (13,23-36); seu exílio e repatriação (13,37-14,33).
4) Revolta de Absalão (15,1-12); fuga de Davi (15,13-16,14) e entrada de Absalão em Jerusalém (16,15-17,23); guerra civil (17,24-18,8); morte de Absalão e luto de Davi (18,9-19,8). Davi retorna à capital (19,9-43); a rebelião de Seba é dominada (20,1-22); governo (20,23-26).
5) Diversos episódios. Cessa a fome, dando satisfação aos gabaonitas (21,1–14). Heroísmo de alguns homens contra os filisteus (21,15-22). Cântico triunfal de Davi (22). Ultimas palavras de Davi (23,1-7). Os heróis campeões (23, 8-39). Recenseamento do reino; a peste; ereção de um altar sobre o Sião (24).
Fontes:
Apostila Escola de pregadores fundamentação Bíblica e Teológica Comunidade Javé Nissi
http://www.pr.gonet.biz/kb_read.php?num=219