curso boa semente
Por que a família de Jesus pensava que Ele estava louco?
A carta de São Paulo a Tito é uma carta pastoral juntamente com as cartas de Paulo a (Timóteo I e II e Filêmon).
A palavra Pastoral significa que essa carta não é dirigida a uma comunidade, mas a um pastor. Esses pastores tinham a função de: Viver conforme o Evangelho, organizar e instruir a Comunidade e refutar os falsos mestres de circulavam a Comunidade. Quem foi Tito?
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A Segunda Carta de São Paulo a Timóteo entra no bloco das cartas pastorais: (1ª e 2ª Carta a Timóteo e Tito).
Essa carta é conhecida como o testamento espiritual de Paulo – É nela que encontramos um dos versículos mais conhecidos das Cartas Paulinas:
Quanto a mim, já estou sendo oferecido em libação, pois chegou o tempo da minha partida. Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé (2 Tm 4,6-7).
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1. A Sagrada Escritura, alma da Teologia;
2. O Cânon Bíblico;
3. Inspiração da Escritura;
4. A hermenêutica bíblica;
5. Sagrada Escritura, Igreja e Teologia.
1. A Sagrada Escritura, alma da Teologia:
A Sagrada Escritura é a Palavra de Deus escrita e tem lugar especial na vida da Igreja. Contem a mensagem divina da salvação que sob a inspiração do mesmo Espírito Santo que falou pelos profetas, foi redigida pelos escritores sagrados, entre eles os Apóstolos.
Encontra-se intimamente unida à Tradição, que deriva dos Apóstolos e cresce na Igreja com a ajuda do Espírito Santo.
“A sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão ìntimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, para que eles, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação; donde resulta assim que a Igreja não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência” (Dei Verbum 9).
“A sagrada Teologia apóia, como em seu fundamento perene, na palavra de Deus escrita e na sagrada Tradição, e nela se consolida firmemente e sem cessar se rejuvenesce, investigando, à luz da fé, toda a verdade contida no mistério de Cristo. As Sagradas Escrituras contêm a palavra de Deus, e, pelo fato de serem inspiradas, são verdadeiramente a palavra de Deus; e por isso, o estudo destes sagrados livros deve ser como que a alma da sagrada teologia. Também o ministério da palavra, isto é, a pregação pastoral, a catequese, e toda a espécie de instrução cristã, na qual a homilia litúrgica deve ter um lugar principal, com proveito se alimenta e santamente se revigora com a palavra da Escritura” (Dei Verbum 24).
2. O Cânon Bíblico;
Cânon é um padrão, uma norma que julga um pensamento ou uma doutrina. O cânon bíblico é o conjunto dos livros que a Igreja considera oficialmente como base da sua doutrina e dos seus costumes, pelo fato de serem inspirados por Deus.
A canonicidade não supõe a autenticidade literária. Por muito tempo, por exemplo, se pensou que a Carta aos Hebreus fosse obra de São Paulo. Hoje isso não é aceito na ciência bíblica, mas com isso essa carta não deixa de ser canônica e inspirada por Deus.
O cânon bíblico foi definido tal como o conhecemos hoje por volta do ano 300. Os critérios que determinaram o reconhecimento dos livros como Palavra de Deus foram os seguintes: uma reta regra de fé, uma clara origem apostólica (para os livros do Novo Testamento) e o uso habitual no culto.
“A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo. Sempre as considerou, e continua a considerar, juntamente com a sagrada Tradição, como regra suprema da sua fé” (Dei Verbum 21).
3. Inspiração da Escritura;
A inspiração da Sagrada Escritura é um carisma, um dom do Espírito Santo, que atuou nos escritores sagrados. É a ação do Espírito Santo na alma dos escritores o que lhes deu a infalibilidade.
“As coisas reveladas por Deus, contidas e manifestadas na Sagrada Escritura, foram escritas por inspiração do Espírito Santo. Com efeito, a santa mãe Igreja, segundo a fé apostólica, considera como santos e canônicos os livros inteiros do Antigo e do Novo Testamento com todas as suas partes, porque, escritos por inspiração do Espírito Santo (cfr. Jo. 20,31; 2 Tim. 3,16; 2 Ped. 1, 19-21; 3, 15-16), têm Deus por autor, e como tais foram confiados à própria Igreja. Todavia, para escrever os livros sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens na posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria.
E assim, como tudo quanto afirmam os autores inspirados ou hagiógrafos deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, por isso mesmo se deve acreditar que os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas sagradas Letras. Por isso, «toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para corrigir, para instruir na justiça: para que o homem de Deus seja perfeito, experimentado em todas as obras boas» ( Tim. 3, 7-17) (Dei Verbum 11).
4. A Hermenêutica bíblica:
“Como, porém, Deus na Sagrada Escritura falou por meio dos homens e à maneira humana, o intérprete da Sagrada Escritura, para saber o que Ele quis comunicar-nos, deve investigar com atenção o que os hagiógrafos realmente quiseram significar e que aprouve a Deus manifestar por meio das suas palavras.
Para descobrir a intenção dos hagiógrafos, devem ser tidos também em conta, entre outras coisas, os «gêneros literários». Com efeito, a verdade é proposta e expressa de modos diversos, segundo se trata de gêneros históricos, proféticos, poéticos ou outros. Importa, além disso, que o intérprete busque o sentido que o hagiógrafo em determinadas circunstâncias, segundo as condições do seu tempo e da sua cultura, pretendeu exprimir e de fato exprimiu servindo se os gêneros literários então usados. Com efeito, para entender retamente o que autor sagrado quis afirmar, deve atender-se convenientemente, quer aos modos nativos de sentir, dizer ou narrar em uso nos tempos do hagiógrafo, quer àqueles que costumavam empregar-se freqüentemente nas relações entre os homens de então. Mas, como a Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com o mesmo espírito com que foi escrita, não menos atenção se deve dar, na investigação do reto sentido dos textos sagrados, ao contexto e à unidade de toda a Escritura, tendo em conta a Tradição viva de toda a Igreja e a analogia da fé. Cabe aos exegetas trabalhar, de harmonia com estas regras, por entender e expor mais profundamente o sentido da Escritura, para que, mercê deste estudo de algum modo preparatório, amadureça o juízo da Igreja. Com efeito, tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura, está sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o divino mandato e o ministério de guardar e interpretar a palavra de Deus”.
5. Sagrada Escritura, Igreja e Teologia
“A esposa do Verbo encarnado, isto é, a Igreja, ensinada pelo Espírito Santo, esforça-se por conseguir uma inteligência cada vez mais profunda da Sagrada Escritura, para poder alimentar contìnuamente os seus filhos com os divinos ensinamentos; por isso, vai fomentando também convenientemente o estudo dos santos Padres do Oriente e do Ocidente, bem como das sagradas liturgias. É preciso, porém, que os exegetas católicos e os demais estudiosos da sagrada teologia, trabalhem em íntima colaboração de esforços, para que, sob a vigilância do sagrado magistério, lançando mão de meios aptos, estudem e expliquem as divinas Letras de modo que o maior número possível de ministros da palavra de Deus possa oferecer com fruto ao Povo de Deus o alimento das Escrituras, que ilumine o espírito, robusteça as vontades, e inflame os corações dos homens no amor de Deus. O sagrado Concilio encoraja os filhos da Igreja que cultivam as ciências bíblicas para que continuem a realizar com todo o empenho, segundo o sentir da Igreja, a empresa felizmente começada, renovando constantemente as suas forças” (Dei Verbum 23).
Recentemente o Papa Bento XVI, num discurso à Pontifícia Comissão Bíblica esclarecia esse tema.
“Só o contexto eclesial permite à Sagrada Escritura ser entendida como autêntica Palavra de Deus, que se converte em guia, norma e regra para a vida da Igreja e em crescimento espiritual dos crentes.
Isso, não impede de nenhuma maneira uma interpretação séria, científica, mas abre também o acesso às dimensões ulteriores de Cristo, inacessíveis a uma análise só literária, que é incapaz de acolher em si o sentido global que através dos séculos guiou a Tradição de todo o Povo de Deus.
Há um princípio hermenêutico sem o qual os escritos sagrados ficariam como letra morta, só do passado: a Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com a ajuda do próprio Espírito mediante o qual foi escrita.
O estudo científico dos textos sagrados é importante, mas não é por si só suficiente, pois levaria em conta só a dimensão humana.
Para respeitar a coerência da fé da Igreja, o exegeta católico tem que estar atento a perceber a Palavra de Deus nestes textos, dentro da mesma fé da Igreja.
O exegeta católico não se sente só membro da comunidade científica, mas também e sobretudo membro da comunidade dos crentes de todos os tempos.
Na realidade, estes textos não foram entregues só aos pesquisadores ou à comunidade científica para satisfazer sua curiosidade e ou para oferecer-lhes temas de estudo e de pesquisa. Os textos inspirados por Deus foram confiados em primeiro lugar à comunidade dos crentes, à Igreja de Cristo, para alimentar a vida de fé e para guiar a vida de caridade.
Uma hermenêutica da fé corresponde mais à realidade deste texto que uma hermenêutica racionalista, que não conhece Deus”
Na ausência deste imprescindível ponto de referência, a pesquisa exegética ficaria incompleta, perdendo de vista sua finalidade principal, com o perigo de ficar reduzida a uma letra meramente literária, na qual o verdadeiro autor, Deus, deixa de aparecer”.
FONTE: https://www.presbiteros.org.br/as-fontes-da-teologia-as-sagradas-escrituras/
O livro do profeta Habacuc contém apenas três capítulos e pode ser resumido em duas grandes queixas do profeta (cap 1-2) e uma profunda oração de lamentação, que encontramos no (cap 3).
O livro é referente ao século VI, um século após a vitória dos Assírios sobre o reino norte ( 722 a C). Habacuc prevê o avanço de uma nova e mais forte potência, os Babilônios. Como vemos (Hab 1,6) Farei surgir os caldeus, gente má e violenta que percorre a terra inteira, tomando posse de casas que nunca foram suas.
Os mesmos haviam destruído a cidade de Nínive no ano 612 a C, como profetizou Naum e agora avançavam sobre Judá o reino sul.
Habacuc diante do mal que avança, sofre com umas das maiores crises de um homem espiritual: O silêncio de Deus.
(Hab 1,2) Até quando, SENHOR, ficarei clamando sem que me dês atenção? Até quando gritarei por ti: “Violência!”, sem que me tragas salvação?
Habacuc se questiona por que o Senhor não intervinha diante de tanto sofrimento e exploração. Por que os ímpios prosperavam e os justos sofriam tamanha aniquilação.
A mesma crise sofre o Salmista Azaf no Salmo 73, vendo a prosperidade dos maus.
Pois comecei a ter inveja dos arrogantes, vendo a prosperidade dos maus (v,3; 12-14) Assim são os maus, sempre tranquilos, só fazem aumentar o seu poder. Então foi em vão que conservei puro meu coração e que na inocência lavei minhas mãos? Sou molestado o dia todo e castigado cada manhã.
Mas Asaf no meio da sua crise lembra de sua experiência de Salvação e recorda que no fim os justos embora humilhados terão uma grande vitória, viverão para sempre na casa de Deus. (veja Salmo 73,25-28).
A mesma experiência sofre Habacuc, diante o silêncio de Deus e sua aparente fraqueza que fica calado diante das maldades do ímpio. Habacuc compreende que o justo deve viver pela fé.
“o justo viverá por sua fidelidade” (Hab 2,4).
Habacuc como todo bom judeu compreende que os justos viverão por sua fidelidade. (fé = fidelidade), fidelidade aos mandamentos, a palavra do Senhor.
Assim no capitulo 3, Habacuc faz uma linda oração de profissão de fé.
1º Ele clama por um grande Avivamento em melodia de lamentação:
(Hab 3,2) Ouvi falar, Senhor, da tua fama, aprendi a respeitar as tuas obras, ó Senhor. Faze-o reviver agora nestes anos, nestes anos manifesta-o. Mesmo irado, não te esqueças do perdão!
Habacuc se recorda dos grandes feitos de Deus na história da Salvação, a libertação do Egito, a forma que conduziu os profetas, reis, sacerdotes, a nação de Israel. E pede ao Senhor “Reaviva suas obras, manifesta, ou seja torne público o seu poder e nos salva dos inimigos.
2º Revelando que mesmo se o Senhor não agir, ainda sim, ele continuará fiel ao Senhor, pois o justo viverá por sua fé.
(Hab 3,17-18) E, mesmo que a figueira não renove seus brotos, mesmo que a parreira deixe de produzir e venha a falhar a produção de azeitonas, se as pastagens nada mais tiverem para alimentar o gado, se as ovelhas desaparecerem dos pastos, mesmo que não haja mais gado no curral, estarei feliz no Senhor, cantando a Deus, meu salvador.
Estudando o profeta Habacuc aprendemos essas duas asas da fé, a esperança e a confiança. Sabemos que Ele é Deus pode agir e mudar qualquer situação, mas mesmo se Ele não agir, continuará sendo Deus. Vivemos não pelas obras, mas por sua presença, sua graça nos basta, em qualquer situação, estaremos
Felizes no Senhor, cantando a Deus, nosso salvador. Aleluia!
INTRODUÇÃO AOS PROFETAS MENORES
OSÉIAS
O profeta Oséias era natural do reino de Israel ou Efraim, como se costuma chamar. Profetizou sob o reinado de Jeroboão II e de seu sucessor, a partir da queda de Samaria e de todo o reino (721 a.C).
Os três primeiros capítulos do livro de Oséias formam um conjunto todo especial. Sob a forma de drama simbólico é-nos posta diante dos olhos a infidelidade do povo de Israel para com o seu Deus, representada, figuradamente, na infidelidade duma esposa para com seu legítimo marido; anuncia-se o seu castigo, mas também o seu arrependimento, a sua reconciliação e, enfim, sua vida renovada e mais feliz (2,16-24; cf. 2,1-2; 3,5).
Nos capítulos restantes (4-14) voltam os mesmos motivos, a saber: a culpa de Israel, principalmente as práticas idolátricas, o culto do bezerro de Betei, as alianças com os poderosos pagãos, a Assíria e o Egito, a falta de confiança e de apelo ao único Deus; daí os castigos proporcionados às culpas. Nem faltam vislumbres dum retorno a Deus e dum futuro melhor. Nesta sucessão de quadros, o mais das vezes obscuros, pode-se notar certo progresso. No c. 1 os acontecimentos políticos que, entre 745 e 725 a.C. elevaram tantos reis ao trono e outros tantos derrubaram dele, aparecem como fatos já passados; no c. 13 o castigo do povo ingrato é anunciado já como sentença irrevogável de uma destruição total do reino, e no último, o 14, com cores mais ricas e suaves promete-se a salvação definitiva.
No estilo de Oséias sucedem-se, em breves sentenças, pinceladas rápidas, imagens ousadas, passagens bruscas e como por saltos. Seu vocabulário ê rico, e seu estilo característico, devido, talvez, às particularidades do dialeto de sua região. Por estas mesmas razões o seu texto, maltratado pelos copistas, conservou-se num estado assaz deplorável. Desse complexo de causas origina-se a obscuridade desmesurada deste livro. Escrito no reino de Israel, foi-nos conservado e transmitido por mãos judaicas, através das quais é verossímil que tenha sofrido retoques lingüísticos e talvez também algum acréscimo, como a menção do reino de Judá nalguns contextos onde menos se esperariam (cf. 5,5;6, 11).
Das páginas de Oséias transparece um caráter impressionante, ardente e patético a um só tempo, mas sensível sobretudo às ternuras e às fogosidades do amor. Sob este aspecto é um precursor de Jeremias. Particularmente suas são as muitas reminiscências da antiga história do povo de Israel, sobretudo do patriarca Jacó, que tornam duplamente precioso o seu livro, cuja extensão supera, em três ou quatro partes a maioria dos doze profetas menores.
O método de Oséias se destaca peta descrição das relações entre Deus e Israel propostas sob a figura do amor conjugal. Ele é o primeiro profeta que recorre a esta comparação tão fecunda e repetida pelos profetas seguintes. A bem dizer, ele insiste mais no aspecto negativo do matrimônio, nas infidelidades e nas rupturas, do que no amor propriamente dito. A descrição deste amor será reservada ao Cântico dos Cânticos. A Oséias, pelo contrário, Deus faz sentir as suas amarguras de esposo traído, ameaçando e executando os duros castigos que o caso reclama. Tudo termina com a expectativa da reconciliação dos esposos a da restauração.
JOEL
O nome de Joel (hebr. Jõ’el = Javé é Deus) ocorre umas quinze vezes no Antigo Testamento. Discute-se até agora a respeito da época em que teria vivido o profeta Joel; mas pouco nos adianta examinarmos sua vida, pois chegaremos às mais desencontradas conclusões. Com maior atenção devemos, por isso, entregar-nos à leitura do próprio texto.
Distingue-se Joel pela amplitude e vivacidade das descrições, que constituem quase toda a matéria do seu livro. Ao contrário dos grandes profetas, Joel jamais especifica as faltas censuradas por ele; contenta-se com a exortação geral: “Voltai a Deus de todo o coração” (2, 12). Além disso, jamais menciona rei ou reino. Isso induziu a maior parte dos modernos a situar o profeta numa época posterior ao exílio, à qual parecem convir melhor as condições sociais e históricas próprias de sua mensagem. Joel conhece a dispersão do povo de Israel entre as nações e descreve sumariamente os seus horrores (3,1-6). Na sua mensagem já não se dirige aos reis, mas somente aos anciãos (1,2) e aos sacerdotes (1, 13). São indícios que mostram que a organização prê-exílica acabou, e, que, portanto, o livro não é dessa época.
Importante ê o (<Dia de Javé” (em nossa tradução “Dia do Senhor”,), na primeira parte, referência a um castigo grave, mas transitório. Na segunda parte, com cores sombrias e insistência, refere-se ao castigo definitivo dos infiéis.
AMOS
Os críticos modernos consideram Amós, e com razão, como o primeiro dos profetas escritores (cf. Am 1,1 com Os 1,1 e Is 1,1). O seu livro, por raros méritos de estilo e de substância, é realmente digno de abrir a inestimável literatura profética de Israel. Acrescentam valor às suas mensagens as humildes origens do profeta e sua vocação, na qual brilha tanto mais intensamente a força do seu espírito sobre-humano.
O profeta Amós é distinto de Amós, pai do profeta Isaías (Is 1,1: os dois nomes são de grafia diferente no hebraico). O livro fornece-nos bastante pormenores sobre sua vida. Natural de Técua, aldeia situada a uns 8 km ao sul de Belém, tirava o seu sustento do pastoreio de rebanhos e do cultivo de sicómoros, cujos frutos constituíam o alimento da gente pobre (Am 1,1;7,14). Corriam os tempos dos longos e prósperos reinados de Ozias, em Judá (cf. 2Rs 15,2.5) e de Jeroboão II, em Israel (783-743 a.C), que davam à nação poder e riqueza de que há muito tempo não gozava. Daí que a própria religião auferia vantagens, pela abundância das vítimas imoladas nos altares e pela pompa dos ritos. Mas ficaram prejudicadas a moral e a piedade sincera, os costumes pioravam, e os israelitas, deslumbrados pela prosperidade, caminhavam alegres e inconscientes para a ruína. Crescia, para infelicidade deles, o poderio assírio. Nesta altura, o humilde pastor de Técua sente-se chamado a pregar o arrependimento aos desavisados, revelando aos culpados os castigos iminentes. E ei-lo a percorrer, vaticinando, as cidades de Israel Enfrentou corajosamente a oposição dos sacerdotes de Betel, o principal santuário do reino (Am 7,10-17); depois, não se sabe qual tenha sido o seu fim. Uma tradição conservada pelo ignoto autor das “Vidas dos profetas” e acolhida no Martirológio Romano a 31 de março, narra que, ferido na têmpora com uma maçã, pelo filho do sacerdote Amasias, foi levado agonizante à própria aldeia, onde morreu pouco depois.
O livro de Amós nos apresenta, mais do que qualquer outro dos profetas, uma disposição clara e uma bela ordem das mensagens.
O estilo simples e não obstante cheio de dignidade, a forma escorreita, a pureza e o vigor da linguagem fazem do livro de Amós um modelo de literatura hebraica. Para torná-lo mais atraente, acrescenta-se a feliz circunstância de que o texto geralmente foi bem conservado como poucos outros.
Acima dos méritos literários, porém, estão a elevação de pensamento, a doutrina moral e religiosa. O monoteísmo ético puro atinge o auge. O Deus de Israel não é somente o único verdadeiro Deus, criador e governador de todo o Universo, mas por sua santidade essencial é também o autor e guarda zeloso de uma lei moral, cuja observância ele exige de todos os povos, e pune o delito onde quer que sua onisciência o descubra. A escolha especial e gratuita do povo de Israel não é nenhum privilégio sob este aspecto (3,2;9,7-10). Para lhe tributar as honras a que tem direito, é necessária antes de mais nada a santidade de costumes, sem a qual nada valem os atos dum culto cerimonioso e os sacrifícios de numerosas vítimas (5, 21-24). Amós condena a moleza, o luxo, a ambição (6,4-6;8,5-7), e também, com mais energia e maior freqüência, a injustiça e a crueldade para com o próximo, seja ele quem for, a opressão dos pobres.
ABDIAS
Com o nome de Abdias, que quer dizer “Servo de Javé”, temos o mais breve escrito do Antigo Testamento: consta de um só e não longo capítulo de 21 versículos.
Ê todo ele uma mensagem dirigida contra os edomitas ou idumeus, dos quais se recriminam:
1. O orgulho e a ousada confiança que depositam na posição geográfica, defendida pelos fortes baluartes naturais de seu país (vv. 2-9).
2. Sua cumplicidade e alegria feroz a quando da desgraça dos hebreus (vv. 10-15).
3. O castigo até o aniquilamento, em contraste com a restauração de Israel em suas possessões e até no predomínio deste sobre a Iduméia (vv. 16-21).
Muito se tem discutido sobre a desgraça nacional de Israel a que se alude nos vv. 10,14; comparando-se esta passagem com SI 136,7; Ez 25,12;35,5 e Jer 49,7-18, não resta dúvida de que se trata da queda de Jerusalém nas mãos dos caldeus em 587 a.C.
Com isso temos a época aproximada em que o autor viveu. Escreveu talvez quando os acontecimentos aos quais alude eram ainda recentes, isto é, na primeira metade do séc. VI a.C. Era, portanto, um contemporâneo de Jeremias e de Ezequiel. Não se pode, pois, identificá-lo, como fizeram outrora judeus e cristãos, com Abdias, mordomo do rei Acab, que tanto se esforçou em favor dos profetas.
JONAS
Um “profeta Jonas, filho de Hamitai, nascido em Gad-Heber” (na Galiléia, cf. Jos 19,13), é mencionado em 2Rs 14,25, referindo-se a uma predição verificada sob o reinado de Jeroboão II de Israel (783-743 a.C). Esse profeta deve ter vivido no início do séc VIII a.C, e trata-se, sem dúvida, do Jonas do presente livro.
Com isso não está ainda afirmado que o próprio Jonas tenha escrito o livro que traz seu nome. Diferentemente de todos os demais livros proféticos, o presente tem a singularidade de ser apenas uma narração, e seu objeto não é a transmissão de uma mensagem profética, e sim apresenta, na prática, na narração do acontecimento, uma elevada lição de doutrina religiosa. Propriamente, pertence ao gênero narrativo.
Duas coisas ressaltam nesta narração: a mesquinhez do espírito humano (nos temores e nas iras do profeta) e a infinita bondade e clemência de Deus. Não menos importante é, porém, o universalismo religioso. Temos o caso único de um profeta de Israel ser enviado a pregar a gentios, e vemos o Deus de Israel dispensar tanto cuidado a uma nação idólatra. Pressentimos já o conceito universalista do cristianismo (Rom 3,29-30; Col 3,11). Largueza de espírito e de coração da segunda parte.
Outro aspecto de grande alcance na história religiosa apresenta-nos a primeira parte. No episódio de Jonas saindo vivo do ventre do peixe, depois de passar três dias ali, Jesus viu uma figura de sua ressurreição dos mortos, prova máxima da sua divindade (Mt 12,38-40). Daí também o renome de Jonas na literatura e na arte cristã. O mesmo divino Mestre intima os ninivitas convertidos pela pregação de Jonas, a deporem contra os judeus que não acreditam na palavra dele, que é muito mais que Jonas (Mt 12, 41; Lc 11,52). Sem dúvida não é necessário mais do que isso para compreender a importância religiosa deste livro.
Bastaria isto também para provar-lhe o caráter histórico? Notamos que a sua finalidade é dar uma lição moral quanto à largueza de espírito e à bondade de coração. Ora, um ensinamento pode ser dado também, e não em último lugar, com uma construção imaginária. O próprio divino Mestre disso nos deu o mais ilustre exemplo com as suas parábolas. Seria, portanto — pode-se perguntar — o livro de Jonas uma parábola, e não o relato de fatos realmente ocorridos? É o que pensam hoje muitos, fora da Igreja católica e também alguns de seus membros. Mas não se apresentam razões decisivas para essa afirmação. Aquilo que a obra nos conta de maravilhoso, não constitui dificuldade para quem admite, como se deve admitir, a possibilidade do milagre. O fim didático funda a possibilidade, não a necessidade de uma ficção literária. Os fatos reais têm igualmente força para instruir a mente e maior eficácia para mover a vontade. Estando assim neste ponto as conclusões, não é de prudência cristã duvidar da realidade histórica dos fatos, levada em conta pelo próprio Jesus.
MIQUÉIAS
Miquéias profetizou sob os mesmos monarcas que Isaías, exceto sob o primeiro, Osias, em cujo último ano de reinado e de vida Isaías foi chamado ao ministério profético. Miquéias era, portanto, contemporâneo de Isaías, florescendo entre 738 e 700 a.C, mais ou menos. A idade, a terra natal, o livro de Miquéias nos são confirmados (felicidade única para um escritor bíblico) pela citação pública dum célebre vaticínio seu (3,12), feita apenas um século depois (608 a.C.) e conservada no livro canônico de Jeremias (Jer 26,18). Nasceu o profeta numa obscura aldeia a sudoeste da Judeia, a atual Bet-Gibrin e parece que na mesma região tenha desenvolvido o seu ministério profético (cf. 1,10-12) com feliz resultado, como se pode deduzir do que lemos em Jer 26,19. Mais do que isso não sabemos a respeito dele. O autor das Vidas dos profetas, que o dá como martirizado sob o reinado de “Jorão, filho de Acab”, mostra tê-lo confundido com outro profeta homônimo, filho de Jemla, mais antigo, pelo menos de um século (1Rs 22,9-28), e por isso não merece fé.
O livro de Miquéias, ainda que lhe falte a bela ordem de Amós, e se aproxime antes do estilo patético de Oséias, apresenta, todavia, seções bastante nítidas.
O argumento dos vaticínios de Miquéias é, portanto, semelhante aos de Isaías, especialmente Is cc. 1-12. Os dois profetas têm até mesmo em comum um dos mais belos vaticínios messiânicos (Is 2,2-4 = Miq 4,1-3). Em Miquéias, porém, o lado positivo da mensagem, isto é, a promessa de um futuro melhor, ocupa um lugar relativamente mais amplo. Notável é também que entre as culpas exprobradas por Miquéias aos hebreus de seu tempo, têm grande prevalência as faltas de justiça e de humanitarismo para com o próximo, os crimes contra a boa ordem social. Redunda em honra singular para o profeta e o seu livro o fato de que duas das suas mais insignes predições sejam expressamente citadas à letra, quer pelo Antigo Testamento (3,12: em Jer 26, como já foi dito), quer pelo Novo (5,1: em Mt 2,5-6; cf. Jo 7,42), e que o próprio Jesus, na instrução aos seus apóstolos, expressou um ponto do seu programa (Mt 10,35-36) com as palavras de Miquéias (7,6).
NAUM
O livro do profeta Naum é a única fonte que a ele se refere. Dá-nos a conhecer tão somente a terra natal do profeta, Elcos, lugar jamais citado em outra passagem da Bíblia. Os informantes judeus de S. Jerônimo (Prefação ao seu comentário) o situam na Galiléia. Outra tradição, menos antiga, e acolhida pelo autor das Vidas dos Profetas, localizava-o na Judéia, próximo de Eleuterópolis ou Bet-Gibrin. A época de Naum deve ser posta entre a queda de Tebas, no Egito, sob as armas do assírio Assurbanípal, em 663 a.C, e a queda de Nínive, sob os golpes conjugados dos babilônios e dos persas, em 612. A primeira é recontada no seu livro (3,8-10) como acontecimento passado; a segunda constitui o objeto quase único de sua mensagem profética.
Em confronto com os demais profetas menores, o conteúdo ideal de Naum não é novo, mas a todos supera em lances líricos e na expressão. Infelizmente, o texto em muitos lugares está corrompido, deixando por vezes o sentido incerto.
HABACUC
Na Bíblia hebraica o nome Habacuc (Habaqquq encontra-se somente nos títulos dos cc. 1 e 3 deste livro a ele atribuído, o qual, outra notícia expressa não nos oferece, além daquela que se refere ao nome pessoal do profeta. Resta-nos unicamente o conteúdo para deduzirmos a época em que viveu e o espírito que o animava.
O livro versa todo sobre um ponto crucial da doutrina religiosa: o problema de saber se há uma justiça que governa o mundo e por que os bons são domina-nados pelos maus. O tema é desenvolvido em três seções: duas queixais em forma de diálogo e um canto final à maneira de contemplação.
A mensagem de Habacuc tem em comum com a de Jeremias, o fato de pôr em discussão o problema moral da prosperidade dos maus (Jer 12,1-3), e com a de Isaías o pensamento de que Deus se serve das ambições humanas, da tirania estrangeira, para castigar os pecados do seu povo, sem, porém, deixar impunes os excessos dos tiranos (10,3-19). Especial em Habacuc é o grande princípio, promulgado com insólita solenidade (2,4), de que a fonte da vida é a fé em Deus, que são Paulo fará um dos pontos básicos da sua doutrina religiosa.
Na Bíblia grega o nome deste profeta é “Ambacum”, e da mesma maneira está grafado o nome daquele “profeta na Judéia”, que, agarrado pelos cabelos por um anjo, levou a refeição a Daniel na cova dos leões, em Babilônia (Dan 14,33-39). Por razões cronológicas, quando não por outras, as duas personagens são consideradas distintas.
SOFONIAS
De oito dos dezesseis profetas escritores não conhecemos sequer o nome do pai, ao qual se restringe na maior parte a genealogia dos outros (Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oséias, Joel, Jonas). De Zacarias, além do pai, cita-se também o avô. Sofonias, singular entre todos, prolonga a cadeia ascendente até ao trisavô, chamado Ezequias (cf. 1,1, nota) . Pensou-se que este Ezequias se identificasse com o conhecido rei de Judá, filho de Acaz, que reinou de 720 a 690 a.C, mais ou menos. Visto que Sofonias profetizou durante o reinado de Josias, o terceiro sucessor e bisneto de Ezequias (ib.), a cronologia não opõe dificuldades insuperáveis a essa opinião. O silêncio, porém, quer da história» quer do próprio profeta em torno dessa sua relação com a dinastia régia, torna-a de todo improvável. Além disso, esse nome não é raro na Bíblia.
O tempo em que vaticinou Sofonias pode ser deduzido da sua mensagem. Pregando sob Josias e entre outras coisas acusando os jerosolimitanos de perversões idólatras e práticas gentilicias em religião (1,4-6), isso deve ter acontecido antes da célebre reforma religiosa de Josias, que se iniciou em 621 a.C. (cf. 2Rs 22,3-23,20). Diremos, portanto, que Sofonias exercitou o seu ministério profético pelo ano 625 a.C, quando surgiu também o profeta Jeremias no mesmo ministério.
AGEU
Afora o que nos refere o seu breve escrito, que ocupa o décimo lugar na série canônica dos profetas menores, a respeito do profeta Ageu sabemos apenas que foi contemporâneo do profeta Zacarias, com o qual compartilhou a missão de assistir os repatriados na obra de construção do templo.
A atividade do profeta Ageu desenvolveu-se durante poucos meses, no segundo ano de Dario I (cf. Ag 1,1;2,11), rei da Pérsia, de 521 a 485 a.C
Sem valor especial quanto ao estilo ou à poesia, o escrito de Ageu recebe sua eficácia e interesse da grande paixão do profeta pelo templo. Animada pela recordação do esplendor do antigo templo, contemplado talvez numa juventude muito remota, esta paixão é alimentada sobretudo pela certeza de que a reconstrução do templo é a premissa indispensável para um renascimento seguro da vida nacional. A isso acrescenta-se a visão sobrenatural daquilo que o novo templo é destinado a simbolizar e como que a preludiar: a gloriosa construção espiritual do futuro reino messiânico. Certo deste destino, o profeta encontra palavras inflamadas para sacudir o povo de seu letargo, torna-se ousado diante dos tímidos representantes oficiais da nação e arrasta todos a um grande fervor.
ZACARIAS
Do profeta Zacarias (em hebr. “]avé se recordou”) fala também Esdr 5,1 ;6,
14. Era filho de Baraquias (Zac 1,1.7) e neto de Ado (Zac 1,1.7; Esdr 5,1 ;6, 14), provavelmente o mesmo citado entre o$ sacerdotes que voltaram de Babilônia com Zorobabel, no ano 537 (cf. Ne 12,4). Isso pareceria confirmado também pela indicação de Ne 12,16, segundo a qual um certo Zacarias era chefe da família sacerdotal de Ado, no tempo do sumo sacerdote Jesus, contemporâneo de Zorobabel (cf. Zac 4, 14; Ag 1,1; Esdr 3,2).
Como a Ageu, coube também a Zacarias a missão de apoiar os repatriados na obra de reconstrução do templo.
Zacarias iniciou a sua atividade profética alguns meses depois de Ageu (cf. Ag 1,1 e Zac 1,1.7), no mesmo segundo ano do rei persa Dario I (520 a.C.), mas a estendeu por mais tempo. Ao menos, pelo que se narra nos oito primeiros capítulos do seu livro, alcançou-se o quarto ano do reinado do mesmo soberano (cf. Zac 7,1).
Pertence o livro por inteiro ao profeta do qual traz o nome? A maioria dos críticos estima a segunda parte como uma compilação, feita em época mais recente, de escritos de autores diversos e desconhecidos. Segundo alguns, os escritos seriam de origem helenista (séc. IV a.C); segundo outros, do tempo da revolta dos Macabeus (175-161 a.C.) ou de ambas as épocas.
Não obstante as múltiplas diferenças de argumentos, de perspectiva, de gênero literário e de estilo entre a primeira e a segunda parte, os católicos geralmente aderem hoje também à opinião tradicional que atribui todo o livro ao profeta Zacarias.
O livro inteiro é perpassado por uma profunda espiritualidade. Ressalta nele a doutrina sobre os anjos, que velam pela sorte do reino de Deus e desempenham, cuidadosos, a missão de intermediários entre o céu e a terra. Expondo os diversos motivos sobre o Messias e o seu reino futuro, Zacarias realça o elemento interior da santidade e o da luta contínua contra o mal até o surgimento de seu último estádio, glorioso e sem fim.
MALAQUIAS
O último escrito profético traz na Bíblia grega o título, mais comum entre nós, de Malaquias, que em hebraico quer dizer “Anjo [ou mensageiro] de Javé”, e como nome próprio se encontra alhures no texto bíblico. A Bíblia hebraica intitula-o de Malaqui,que pode ser forma abreviada do precedente, ou significar, por si, “Anjo [mensageiro] meu”.
Para determinar a época da atividade profética de Malaquias, não estamos melhor informados; devemos contentar-nos exclusivamente com os dados fornecidos pela análise interna do seu escrito. A semelhança, e às vezes a identidade, entre os abusos que Malaquias repreende e aqueles contra os quais tiveram de lutar freqüentemente Esdras e Neemias, nos levam a supor, com bastante fundamento, que também o presente profeta viveu durante o período persa, numa época mais ou menos próxima da dos dois grandes reformadores do séc. V.