Comunidade: Serviço, ministério e Carismas.

Texto de apoio:  Como servir a Deus, com reta intenção. Por Felipe Aquino. Leia mais:

Para fazer a santa vontade de Deus, não é preciso fazer “grandes” obras, mas viver na simplicidade o amor a Deus e ao próximo. Muitos santos viveram com profundo amor cada dia. Um exemplo foi Santa Paulina de Jesus, canonizada em 2002, pelo Papa João Paulo II. Na Oração da Coleta, de sua missa (9 de julho) a Igreja reza assim:

“Ó Deus, onipotente e eterno, que exaltais os humildes e simples e conduzistes a Santa Paulina pelo caminho da santidade através da provação, do trabalho humilde e da oração constante, concedei-nos por seu auxílio e a seu exemplo, suportar com fortaleza os sofrimentos de cada dia e encontrar a plenitude de vossa graça no serviço às pessoas, especialmente as mais necessitadas. Por NSJC (…).”

Aí temos um grande programa de santidade, e de como fazer a vontade de Deus: viver na humildade e simplicidade, suportando as provações diárias com fortaleza e fazer o bem a todos.

Quem ama a Deus deve fazer tudo por Ele, por amor a Ele e para a Sua glória. Disse Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja, no livro “A prática do amor a Jesus Cristo”, que:

“Muitas de nossas ações, boas em si mesmas, pouco ou nada valerão junto de Deus, porque são feitas para outro fim e não para a glória divina.”

O amor próprio faz perder todo ou em grande parte o fruto das nossas boas obras. Afirmou ele que até mesm­o nos trabalhos mais santos de pregador, confessor, missionário, alguns, pouco lucram porque não têm em vista unica­mente a Deus, mas a glória do mundo ou a vaidade de apare­cer.

Jesus já havia advertido sobre isto no sermão da Montanha:

“Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu.” (Mt 6,1)

Essa é a razão pela qual muitos ficam inquietos ao verificar que, após grandes fadigas, fracassaram em seus trabalhos. É sinal de que não tiveram em vista apenas fazer a vontade de Deus.

Quando desempenhamos alguma atividade movidos só pelo amor a Deus, não devemos nos perturbar, mesmo que não sejamos bem sucedidos, ainda que as pessoas não reconheçam o nosso trabalho, etc. Se nossa reta intenção for a de agradar a Deus, podemos dizer que alcançamos o fim desejado.

Santo Afonso dá os sinais que nos indicam quando estamos fazendo algo só por amor a Deus:

1. Não nos perturbamos em caso de fracasso, porque sabemos que tudo depende de Deus;

2. Alegramo-nos com o bem que os outros fa­zem, como se nós mesmos o tivéssemos realizado;

3. Aceitamos de boa vontade o que a obediência nos pede, sem prefe­rência para algum trabalho especial;

4. Não ficamos à es­pera de louvores nem de aprovações dos outros após cumprir o próprio dever; não ficamos tristes se formos criticados ou desaprovados pelos outros e se, por acaso, recebemos qual­quer elogio, não nos envaidecemos, mas afastamos o sentimento de vanglória.

Santo Afonso ensinava: “Coloque as menores obrigações de seu estado antes das ações mais grandiosas e gloriosas, porque nessas pode haver lugar para o amor próprio, enquanto que naquelas se encontra certamente a vontade de Deus. Tudo o que fazemos por Deus é nada, pois apenas cumprimos um dever. Quem ama a Jesus Cristo só a Ele ambiciona”.

Um ensinamento antigo na Igreja dizia: “Primeiro a obrigação, depois a devoção, depois a diversão.

Os atos feitos por livre vontade têm mais mérito diante de Deus que os exigidos pela necessidade ou pela obrigação. Por não serem exigidos, fazemo-los unicamente por amor.

Nesse sentido, é importante acei­tar de bom grado a atividade que nos cabe realizar, o trabalho que Deus nos dá para executar. Precisamos fazê-lo da me­lhor maneira possível, de coração, com todo o amor, fazendo­-o para Deus e não apenas porque o patrão fiscaliza ou porque ganharemos algum dinheiro.

Pouco importa se o Senhor nos coloca em funções honrosas aos olhos dos homens ou em uma atividade anônima e humilde. O que importa é amar a Je­sus com puro amor, combatendo os desejos do nosso amor­ próprio que sempre nos quer ver ocupados em “obras honrosas”.

Em resumo, precisamos com a mesma paz procurar fazer tudo, coisas grandes ou pequenas, agradáveis ou desagradáveis, bastando que agradem a Deus.

“Por­tanto, quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Cor 10,31).

Nossa recompensa será a verdadeira felicidade neste mundo e a vida eterna junto de Deus.

Prof. Felipe Aquino

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