De onde vem a origem da Quarta-Feira de Cinzas?

O carnaval, festa pagã da antiguidade, acaba na Quarta-feira de Cinzas. Mas o que significa Quarta-Feira de Cinzas e de onde vem essa data? Confira na íntegra.

Confira o texto sobre a origem do carnaval  https://bit.ly/2T5cH17 .

Pelo calendário cristão, a Quarta-feira de Cinzas é o primeiro dia da Quaresma (período de preparação da Páscoa), que termina na Sexta-feira Santa. Neste dia é celebrada a tradicional Missa das Cinzas. As cinzas da quarta-feira representam, de acordo com a liturgia católica, a conversão para uma nova vida (cf 2 cor 5,17), tomada de consciência da graça que recebemos no Batismo.

A CERIMÔNIA DE IMPOSIÇÃO das cinzas dá início a um período espiritual singularmente importante para todo cristão que busca se preparar para viver melhor e mais profundamente o Mistério Pascal, – que se reflete na Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.

Este especial tempo litúrgico busca o cumprimento da exortação evangélica essencial: “Convertei-vos”, imperativo proposto a todos os fiéis mediante as palavras do rito da Quarta-feira de Cinzas: (cf Mc 1,15) “Convertei-vos e crede no Evangelho” e na expressão “Lembra-te de que és pó e ao pó voltarás”, as quais recordam a brevidade e fragilidade da vida humana neste mundo, sujeita à morte.

A Quarta-feira de Cinzas leva-nos a visualizar a Quaresma, exatamente para que busquemos a conversão. Um voltar-se inteiramente para Deus, rompendo com práticas pecaminosas buscando maior santidade em vida.

Uma das frases no momento da imposição das cinzas serve de lembrete para nós: (Gn 3,19) ‘Lembra-te que do pó viestes e ao pó, hás de retornar.’ A cinza quer demonstrar justamente isso; viemos do pó, viemos da cinza e voltaremos para lá, mas, precisamos estar com os nossos corações preparados, com a nossa alma preparada para Deus, para com Ele e nele vivermos a páscoa, a passagem da morte para vida eterna.

A cerimônia das cinzas eleva o pensamento à Realidade eterna, Deus; Princípio e Fim, Alfa e Ômega de toda existência.

A conversão não é, com efeito, nada mais que um voltar a Deus, valorizando as realidades terrenas sob a luz de sua verdade revelada em sua palavra. Valorização esta que implica uma consciência cada vez mais clara do fato de que estamos de passagem mundo e que nosso lugar é o céu, mas que sem a Santidade ninguém verá o Senhor (cf Hebreus 12,14), nessa espiritualidade somos exortados e impulsionados a trabalhar até o final, a fim de que o Reino de Deus se instaure dentro de nós e triunfe em sua justiça.

Sinônimo de “conversão”, é também a palavra “penitência”, como mudança de mentalidade; penitência como expressão de livre e positivo esforço no seguimento de Cristo. Disse o nosso Senhor: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me! (Mc 8,34).

É, pois, a penitência que a Igreja nos quer ensinar pela cerimônia deste dia. Já no Antigo Testamento os homens se cobriam de cinzas para exprimir sua dor e humilhação, como se pode ler no livro de Jó e em tantas outras passagens da Escritura. Nos primeiros séculos da Igreja, os penitentes públicos apresentavam-se nesse dia ao bispo: pediam perdão revestidos de um saco, e, como sinal de sua contrição, cobriam a cabeça de cinzas. Mas como todos os homens são pecadores, relata Santo Agostinho, essa cerimônia estendeu-se a todos os fiéis, para lhes recordar o preceito da penitência. Não havia exceção alguma: pontífices, bispos, sacerdotes, reis, almas inocentes, todos se submetiam a essa humilde expressão de arrependimento.

Tenhamos os mesmos sentimentos: deploremos nossas faltas ao recebermos das mãos do ministro de Deus as cinzas abençoadas pelas orações da Igreja. Quando o sacerdote nos disser “lembra-te que és pó, e ao pó hás de tornar”, ou “convertei-vos e crede no Evangelho”, enquanto impõe as cinzas, humilhemos o nosso espírito pelo pensamento da morte que, reduzindo-nos ao pó, nos porá sob os pés de todos. Assim dispostos, longe de lisonjearmos o nosso corpo destinado à dissolução, tomemos a decisão de tratá-lo com dureza, refrear o nosso paladar, os nossos olhos, os nossos ouvidos, a nossa língua e todos os sentidos; a observar, o mais possível, o jejum e a abstinência que a Igreja nos prescreve.

Que essa Quarta-Feira de cinzas seja nosso momento de profunda reflexão e decisão para vivermos em breve uma profunda páscoa no Senhor. Aleluia!

Fontes:

Bíblia CNBB

https://www.ofielcatolico.com.br/2005/02/significado-e-importancia-da-quaresma.html 

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