“O coração do povo derreteu-se, tornou-se como agua.” (Josué 7,5 b)

Com razão dizia Santo Agostinho: “O pecado é o motivo da tua tristeza. Deixa a santidade ser o motivo da tua alegria”. Vamos ver nessa meditação as consequências do pecado de Acã, o mesmo quase que levou a nação inteira de Israel ao fracasso. 

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Após vermos Israel triunfando sobre Jericó, meditaremos em uma grande derrota, a derrota na cidade de Hai, de fato a Sagrada Escritura nos exorta: Podemos começar no Espírito e terminar na carne (cf. Gálatas 3,3).  Leia mais….

Na cidade de Hai, Israel sofreu uma grande humilhante e derrota. A quantidade de baixa foi pouca, apenas 36 homens (7,3-5). DEUS retirou a sua ajuda, deixando que os israelitas caíssem em pânico, porque algo O havia desagradado. O pecado no acampamento de Israel havia provocado a sua derrota. Mas que pecado foi esse? A Bíblia diz que “os israelitas foram infiéis com relação às coisas consagradas. Acã (…) apossou-se de algumas delas” (7.1,21). Todo Israel sofreu, pois já era uma nação, e o pecado do indivíduo se transformaria no pecado de todos se a nação não repudiasse e expiasse aquele pecado. Toda a família de Acã foi apedrejada, muito provavelmente por ter tomado parte em seu pecado (cf.Dt 24.16).

FRACASSADOS POR CAUSA DO PECADO

Para que tenhamos maior compreensão do significado do pensamento sobre o pecado de Acã e suas conseqüências, devemos, portanto, trazer aos nossos leitores uma definição concisa sobre o pecado e aquilo que ele representa.

  1. O que é o pecado?

“O pecado é uma falta contra a razão, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro, para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens” (CIC §1849).

Jesus ensina que a raiz do pecado está no coração do homem:

“Com efeito, é do coração que procedem más inclinações, assassinatos, adultérios, prostituições, roubos, falsos testemunhos e difamações. São estas coisas que tornam o homem impuro” (Mt 15,19-20).

  1. Segundo a sua gravidade, a Igreja classifica os pecados em veniais e mortais, seguindo a sua própria Tradição.

O pecado mortal leva o pecador a perder o “estado de graça”, isto é, a “graça santificante”. O Catecismo afirma que: “Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso” (§1861). É bom notar que para haver o pecado mortal é preciso que a pessoa queira deliberadamente, isto é, sabendo e querendo, uma coisa gravemente contrária à lei de Deus e ao fim último do homem. Portanto, para que haja pecado mortal deve haver pleno conhecimento e consentimento; e quem peca deve saber e deve ter consciência do caráter pecaminoso do ato a praticar, e de sua ofensa à Lei de Deus.

O pecado venial acontece quando não se observa a lei moral em matéria leve, ou então quando se desobedece a lei moral em matéria grave, sem perfeito conhecimento ou consentimento (cf. CIC §1862). Não nos torna contrários a vontade de Deus e a sua amizade; não quebra a comunhão com Ele, e portanto, não priva da graça de Deus e do céu.  Contudo, não se deve descuidar dos pecados veniais, pois, eles enfraquecem a caridade, impede a alma de crescer na virtude, e, quando é aceito deliberadamente e fica sem arrependimento, leva a pessoa, pouco a pouco, ao pecado mortal.

Muitos perguntam o que é o pecado contra o Espírito Santo. A Igreja ensina que é o daquele que rejeita livremente acolher, pelo arrependimento, a misericórdia de Deus, “rejeita o perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo”. É o endurecimento do coração, a tal ponto, que leva a pessoa a rejeitar até a penitência final. Se morrer neste triste estado, experimentará a perdição eterna (cf. CIC §1864).

  1. As consequências do pecado:

O pecado gera na pessoa uma tendência ao próprio pecado. Todo aquele que comete o pecado se torna escravo do pecado (Jo]ao 8,34). Podemos dizer que quanto mais se peca, mais se está predisposto ao pecado. A repetição torna-se vício. E assim, nasce na pessoa a inclinação à perversão, obscurece-se a consciência, e vai se perdendo o discernimento entre o bem e o mal. Não foi sem razão que o Papa Paulo VI disse certa vez que, o pior pecado deste mundo é achar que o pecado não existe. A prática do pecado, continuamente, faz com que a pessoa perca a noção da sua gravidade. No entanto, por pior que seja, o pecado não consegue, de todo, “destruir o senso moral até a raiz” (CIC §1864).

O pecado de Acã gerou muitas consequências, nele podemos tirar muitas lições:

O PECADO DE ACÃ E SUAS CONSEQÜÊNCIAS:

1- O pecado gerou enfraquecimento dos Israelitas: O pecado de Acã, ainda que numa escala menor, trouxe ao povo eleito um fracasso físico, moral e espiritual. Físico: houve “trinta e seis” baixas (v.5). Moral: “o coração do povo se derreteu e se tornou como água” (v.5). Espiritual: “Israel pecou, e até transgrediu a aliança…” (v. 11).

  1. O pecado de Acã partiu a comunhão com DEUS (v.3).

DEUS exige novamente uma reavaliação na santificação do povo, conforme já tinha feito em Js 3.5, para a travessia do Jordão. “Santificai o povo, e dize: Santificai-vos para amanhã” (v.13).

A revelação divina põe em relevo dois grandes princípios ou qualidades morais: a santidade e seu antagonista, o pecado. Pode-se dizer que, na esfera moral, o primeiro corresponde ao (“BEM”) e o segundo ao (“MAL”). O povo fica fraco, onde há pecado; e forte, onde há santidade (Êx 19,10-15).

3 – O pecado gerou a morte (v.5).

O pecado de Acã trouxe para toda a humanidade, à luz da Teologia, três gêneros de morte:  . A morte espiritual (Ef 2.1). A morte física (Gn 3.19; Rm 5.12).  A morte eterna (Ap 2.11).

Visto que, diz Paulo: “Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens (Rm 5,12).  

Com razão ensina o Catecismo: “Aos olhos da fé, nenhum mal é mais grave do que o pecado e nada tem consequências piores para os próprios pecadores, para a Igreja e para o mundo inteiro” (§ 1488).

Concluindo: Precisamos ter a coragem de olhar profundamente para dentro de nossos corações, será que não há pecados que ainda não arrependemos, nos libertamos e confessamos?

O capitulo 7 de Josué revelou-nos que pecado é a origem de nossas derrotas espirituais. Que possamos percebe-lo, confessa-lo e eliminá-lo de nossos corações.

Fontes:

Catecismo de A a Z http://catecismo-az.tripod.com/conteudo/a-z/p/pecado.html

https://cleofas.com.br/o-que-e-o-pecado/

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