VIVENDO O SOBRENATURAL DE DEUS (João 6,1-15).

Esse é o famoso relato da multiplicação dos pães e peixes, do sobrenatural de Deus, onde Jesus revela sua soberania, sua divindade, quando alimenta uma multidão com cinco pães e dois peixinhos. Jesus veio manifestar que ele é Javé Javé-yiré o Deus que providencia. (cf Fl 4,19).

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Confira essa reflexão na integra é aprenda como vencer os obstáculos que nos impedem de viver o sobrenatural.

Quero fazer uma aplicação: Considerar a multiplicação dos pães e peixes, como a experiência do avivamento. Isso porque uma das grandes características do avivamento é alimentar, nutrir, sustentar, fortalecer não só apenas um grupo de pessoas mais uma multidão. Pois a promessa do Pai é para todos aqueles que estão pertos, mas também para aqueles que estão longe, famintos, distantes do Senhor.

A primeira lição que aprendemos nesse texto é que: Nós precisamos ser COOPERADORES da obra de Cristo. São Paulo exorta: “Porque nós somos cooperadores de Deus.” (1Co 3.9a) Ao ler esse versículo percebemos o enorme privilégio que Deus nos deu, o Senhor quer fazer algo em nós e por meio de nós, mas precisamos cooperar com Sua ação. Ao mesmo tempo em que vemos um privilégio nesse versículo, percebemos também uma grande responsabilidade, podemos ser o grande obstáculo para que a obra se realize e por isso precisamos agir conforme Deus espera de nós em cada situação.

Em alguns momentos o Senhor pedirá nossa fé, em outros nosso sacrifício, em outros um ato de arrependimento, conversão, santidade, humilhação, desprendimento, ousadia… Temos a responsabilidade de agir com fé quanto ao sobrenatural que Ele quer liberar.

Por isso o texto começa falando de uma prova:

“Então, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem? Mas dizia isso para o experimentar; porque ele bem sabia o que havia de fazer.” (Jo 6.5-6).

Observe, o texto começa falando de uma prova. Essa pergunta diz o Evangelista João foi feita para experimentá-los. A palavra experimentar também é traduzida em algumas versões como “para o por a prova, para ver qual seria a resposta.” E os discípulos não deram a resposta que o Senhor esperava, o erro dos discípulos não foi o fato de terem avaliado o problema, mas de terem feito isso sem a visão espiritual.

O que os fez ter uma postura ruim? Eles analisaram a situação com base em fatos que estavam à sua volta, os discípulos ficaram presos aos impedimentos a sua volta e se esqueceram que estavam na presença do Senhor Jesus.  Os discípulos colocam três impedimentos diante do milagre:

  1. O LUGAR GEOGRAFICO:

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Para os discípulos encontrar pão em tamanha quantidade no deserto era impossível. Isso porque vemos as coisas de acordo com a geografia. Deserto é lugar de privação, fome, miséria, seca. Os discípulos estão condicionados ao ambiente em que estão inseridos, por isso não conseguem ver além. Quando falamos de avivamento precisamos considerar esse fator:

O lugar onde você está hoje não pode influenciar suas atitudes e suas expectativas, mais do que a direção de Deus. Se você atentar demasiadamente para o lugar onde está, pode não entrar no lugar que Deus preparou para você. No livro Espírito Santo nossa esperança do Cardeal Suenens ele cita a frase de um Santo: “Bela é a situação da Igreja quando ninguém mais a sustenta a não ser Deus”.

Não podemos criar obstáculos para o avivamento por causa do lugar geográfico onde estamos inseridos, pois é nesse lugar onde Jesus realizará seus milagres!

Muitos travam nesse primeiro obstáculo: “Minha Comunidade é muito difícil! Minha família não tem jeito!”…  “Vamos fazer missão nesse bairro?”

Veja os grandes homens de Deus. Moisés estava no deserto, Daniel na cova dos leões, Paulo e Silas na prisão, João exilado na ilha de Patmos. Todos eles obedeceram mais a Deus do que as imposições silenciosas do lugar onde estavam.

Qual foi a consequência? Viram a glória de Deus apesar do lugar onde estavam. Os lugares não eram convidativos a uma postura de adoração de nenhum deles, porém, como o Mestre uma vez disse: não é nos montes de Jerusalém, templos ou em Samaria o lugar da adoração. É em espírito e em verdade (cf João 4,22-23), eles glorificaram a Deus no ambiente aonde se encontravam.

Ou seja, para acontecer adoração não precisa de um lugar propício, mas de um coração adorador, que o busque em Espírito e verdade. Pois, a adoração não está condicionada à atmosfera da terra, mas a atmosfera da fé. Por isso, seja no deserto, na prisão, no exílio, nas cavernas, no coliseu, todos estes são cenários se tornaram lugar de profunda adoração. Sempre teremos motivos para adorar, pois Aquele que nos fez a promessa é fiel, Aleluia! Podemos adorar mesmo estando num lugar que convida mais à murmuração do que adoração, mesmo em perseguição, mesmo no deserto da aridez espiritual. Afinal, não estamos exaltando o cenário no qual nos encontramos, mas o Deus que está conosco em todos os lugares e em todas as ocasiões.

Onde você está agora meu irmão (ã)? Num quarto de hospital? Em dividas financeiras? em um cativeiro espiritual? Em todas as circunstancias Deus é fiel, o Senhor é Emanuel, um Deus conosco em todos os lugares e situações. “Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também.” (Sl 139.8) No céu da vitória ou no abismo da derrota não tem como Deus não estar perto de você! O glória!!!

Ele pode fazer chover pão do céu ou multiplicar pão no deserto. Ele pode abrir o mar ou andar sobre as aguas. Ele pode transformar um lugar de escassez em abundância… Quando confiamos, Ele manifesta seu poder, quando Ele não tira do deserto ele libera a provisão para que possamos atravessar e chegar a terra prometida independente das adversidades.

Os milagres de Deus não respeitam a geografia, mas transformam a geografia.

A manjedoura virou lugar de presentes caríssimos. A fornalha que serviria para a morte virou passeio de homens fieis. O deserto, manancial. A cova dos leões, lugar de descanso. Um túmulo de choro, alegria de ressurreição. Espere mais dos lugares difíceis, escolas, presídios, hospitais, comunidade, pois não são os lugares à fonte da multiplicação, mas o Senhor que está contigo em toda a geografia da terra.

  1. A HORA

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 Além de destacar a geografia do deserto, os discípulos disseram “A hora é já avançada.” Eles usaram esta declaração como um argumento para que Jesus mandasse a multidão para casa. O fator tempo é um grande obstáculo para vivermos o sobrenatural. Isso parece familiar? O quanto à demora de um milagre já minou sua convicção no milagre?

Observe o que a palavra do Senhor diz: “Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor de todas as livra.” (Sl 34.20) É interessante perceber que Deus não diz quando livrará o justo. Somente diz que vai fazer, na maioria das vezes, o Senhor não nos diz o momento no qual vai agir. Por quê? A resposta é simples: não é importante.

Até mesmo o dia da volta de Jesus não tem uma data marcada no calendário. Pois, o que Jesus quer não é uma noiva olhando para o relógio, antes, ele deseja uma noiva que esteja preparada para encontrar-se com ele. Embora existam sinais de sua volta, o foco não é um dia, é uma postura. Quem olha para o tempo geralmente descuida da postura. “Como o noivo estava demorando, as dez moças começaram a cochilar e pegaram no sono.” (Mt 25.5) As virgens imprudentes, ao olhar para o tempo, descuidaram de sua postura, deixaram de alimentar o fogo, de vigiar, buscar óleo, por isso, não estavam preparadas para o encontro com o noivo.

Se você achar que a hora é já avançada demais para que Deus possa fazer um milagre, é por que a convicção deu lugar à dúvida, a fé a razão, a alegria ao desânimo, a perseverança a desistência. Não se concentre em há quanto tempo está esperando que Deus faça um milagre, antes que seu foco seja se manter convicto no poder do Senhor que faz o milagre. Este é o teste do tempo. Passe por ele. O Kairós pode acontecer antes, durante ou depois do problema, pois Jesus é o mesmo de ontem, hoje e sempre! Muitas vezes, oramos e a situação imediatamente se resolve. Outras vezes, oramos e só depois de um tempo o Senhor intervém. Ainda existem outras ocasiões em que parece que o ciclo de tempo do problema já se fechou. Que já passou da hora de Deus responder e que agora é tarde demais. Mas, ainda assim, Deus pode intervir de forma sobrenatural. Creia!

  1. O teste das condições desfavoráveis

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O raciocínio de Filipe: levou em conta as condições do momento. Ele chega a achar que mais da metade de um ano de salário não seria suficiente para comprar pão para alimentar toda aquela multidão. André descarta o fato de que cinco pães e dois peixinhos seriam algo relevante para tanta gente. Os dois chegam à seguinte conclusão: não há condições.

Agora, desde quando um milagre precisa de condições favoráveis para acontecer? Um milagre é algo sobrenatural, ou seja, acima do natural. Faz parte da essência de um milagre o fato de que ele vai contra a realidade. As leis da natureza e da física serão contrariadas pelo sobrenatural.

Água não tem condição de virar vinho. Morto não tem possibilidade de ficar vivo. Uma muralha não cai com gritos. Uma mulher estéril não fica grávida. Considerar a condição desfavorável como fator para não acontecer o milagre é desconhecer a essência de um milagre que é um mistério, algo que não podemos explicar apenas atestar “foi milagre”.

Pense em Maria. Ela era uma jovem virgem que nem sequer casada era. Foi nessa situação que Deus disse a Maria que ela iria gerar um filho. Quando ela perguntou ao anjo como isso iria acontecer, ele não deu muitos detalhes, apenas disse: “Descerá o Espírito sobre ti e o poder do Altíssimo te envolverá.” (Lc 1.35a) Amo a resposta que ela dá ao anjo: “Que se cumpra em mim a Palavra do Senhor.” (Lc 1.38b) Maria pergunta como aquilo se realizaria e a resposta é simplesmente: o poder do Espírito vai gerar a criança. Pronto, caso respondido para ela. Quem dera os crentes tivessem a mesma atitude dessa mulher! Como serei transformado? Deus vai fazer. Como acontecerá a cura? O Senhor irá curar. Como minha família será transformada? Jesus vai trabalhar. Simples. Contudo, muitos de nós fazemos como os discípulos, pensamos racionalmente.

Um cristão precisa estar aberto aos absurdos de Deus.

O dicionário define absurdo assim: “Contrário ao bom senso, à razão, ao costume ou a qualquer tipo de verdade ou modelo estabelecido.” É possível concluir então que todo o milagre está na esfera do absurdo. A multiplicação de pães e peixes é um absurdo. A descrição é que Jesus pegou cinco pães e dois peixinhos para alimentar uma multidão de cinco mil homens, isso sem contar as mulheres e crianças. O total de pessoas naquele lugar deveria girar em torno de dez mil. Jesus se dirigiu a essa multidão faminta, mandou que eles se assentassem e “tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou; e partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões” (Mt 14.19).

Nesse texto, os verbos tomando, erguendo, abençoou e partindo… significando ações pontuais. O verbo deu, porém, está no tempo imperfeito, mostrando, por contraste, que ele continuou dando aos discípulos.  Algo de absurdo aconteceu, que Deus tremendo!

Todos se alimentaram e ainda sobraram doze cestos, uma porção do milagre para cada discípulo.

continua…. segue o link http://jovensdefogo.comunidadejavenissi.org/2017/12/20/valorize-o-pao-joao-6-9/

 

fonte: Idéias centrais tiradas do livro: Saindo do natural para o sobrenatural. Autor Drummond Lacerda

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