Cristãos que não convertem ninguém!
Somos chamados a anunciar corajosamente a palavra de Deus no entanto reduzimos nossa fé ao indiferentismo e íntimismo religioso, sem perceber em cada cidade ou diocese cresecem e aprofundam suas raizes o joio de muitas falsas doutrinas que diluem ou aniquilam o verdadeiro Evangelho de Jesus.
Nesse contexto confira nessa meditação algumas lições sobre “A cura do homem surdo (veja Mc 7, 31-37)”
Meditação. — 1. O Evangelho conta que “trouxeram um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão”. Os contemporâneos de Cristo assistiam aos seus milagres e se convenciam cada vez mais do seu poder salvífico. Por isso, eles entendiam a necessidade de divulgar as suas obras, pois Jesus fazia bem todas as coisas: “Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”.
Apresentar pessoas para Jesus era uma prática comum entre os cristãos. Na verdade, a evangelização dos povos traduzia uma convicção sobrenatural de que Cristo é a cura para todas as enfermidades do corpo e da alma. Os grandes evangelizadores não pouparam esforços para tornar Jesus conhecido entre todos os povos e nações, a fim de libertá-los da surdez que impede de ouvir a verdade de Deus. Esses homens e mulheres eram, antes de tudo, pessoas de fé.
2. Nos últimos séculos, a evangelização parece ter se tornado algo politicamente incorreto, e os cristãos já não se importam tanto com a divulgação da Palavra de Deus. Os efeitos da Reforma Protestante de Lutero produziram a ideia de que religião é uma coisa privada, que não deve ser discutida nem apresentada a ninguém, pois a missionariedade poderia resultar em polêmicas e guerras. Esse pensamento gerou a doença dos tempos modernos: o indiferentismo religioso.
O Ocidente está caminhando para um novo paganismo justamente porque os cristãos não querem evangelizar, não estão interessados naquelas palavras de Jesus sobre o Batismo e o ensino de todas as nações: “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15).
3. Cristo prometeu que as portas do inferno jamais prevalecerão contra a Igreja (Mt 16, 18). Todavia, os cristãos não podem se acomodar. O amor de Cristo nos deve impelir a uma missionariedade ainda mais intensa que a dos primeiros cristãos, sobretudo agora que o mundo se encontra surdo para a verdade. Temos de trazê-lo para Jesus. Temos de romper com a linguagem pseudo tolerante e politicamente correta para converter os povos para a pessoa de Jesus, o mesmo Jesus dos Evangelhos, das Escrituras Sagradas, e não aquele das teologias modernas. A Palavra de Cristo deve sempre nos incomodar, produzir em nós uma metanoia, ou seja, a cura da nossa surdez.
É uma alegria saber que Jesus pode mudar o nosso coração, pois não estamos abandonados às nossas misérias. Ao contrário, Ele reza, olha para o céu, e com um gemido, um suspiro, mostra o quanto Ele quer a nossa conversão. De fato, Cristo intercede por nós, e não somente intercede, Ele tem o poder, Ele é Cristo, Rei do Universo, Ele é nosso Salvador e Senhor e ordena que a sua palavra transforme a nossa alma. Na Missa deste domingo, estejamos com os ouvidos bem atentos para as palavras de Cristo, que diz: “Efatá”, a fim de que também saiamos curados e capazes de divulgar as boas obras do Senhor.
Oração. — Ó Senhor Jesus, apresento-me diante de vós como o surdo do Evangelho , para que vossa santa Palavra cure a minha enfermidade e faça de mim um incansável divulgador das vossas boas obras.
Propósito. — Convidar algum amigo ou parente que está longe da religião para participar de algum de um grupo de oração ou da Santa Missa.
IDÉIAS CENTRAIS – PADRE PAULO RICARDO, COM ALGUMAS ADAPTAÇÕES MINHAS.