Conhecendo o livro e o profeta Isaías
É o primeiro dos profetas maiores, abrindo, na Bíblia, o elenco dos livros proféticos. Sua missão, conforme descrito em 6,1-13, foi aquela de anunciar a ruína de Israel e de Judá, os dois reinos do Povo de Deus, por causa das infidelidades que os hebreus cometeram. O contexto de suas profecias se inserem na constante ameaça sofrida pelos dois reinos dos hebreus por parte do Reino Assírio.
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- Quem foi Isaías?
Como toda figura importante do Antigo Testamento foi um vocacionado escolhido por Deus no ano da morte do rei Ozias, 740 a.C. O ministério profético exerceu no reino de Judá durante o período de Ozias (conf. II Crônicas 26, 22), Jotão, Acaz, Ezequias e Manassés. Viveu num tempo extremamente conturbado numa região onde as duas grandes potências da época, o Egito e a Assíria, disputavam o poder.
Julga-se que o profeta Isaías tenha nascido em Jerusalém, de família nobre, pois encontramo-lo continuamente em contato com a corte e com pessoas influentes do reino. Era casado e tinha pelo menos dois filhos, aos quais deu nomes proféticos (7,3;8,3), como, aliás, era o seu próprio nome, cujo significado é “Javé salva”. No ano 738 foi chamado ao ministério profético mediante uma célebre visão (cap. 6), que teve imensa repercussão na teologia e na liturgia. A partir de então vemo-lo ao lado dos reis de Judá, Acaz e Ezequias, animando-os na dura crise que atravessava a nação, assegurando-lhes a proteção divina em virtude das promessas feitas a Davi.
Isaías conforme a tradição foi mártire. Isaías como todos os profetas morreu angustiado vendo seus contemporâneos se afastarem de Deus e não escutarem a voz divina, por ele proclamada. Sua morte foi violenta, segundo um livro apócrifo a “vida dos Profetas, escrito no século I d.C, de autor anônimo judeu, que vivia na Palestina, o profeta Isaías prisioneiro do Rei Manasses, foi condenado a morte, de forma inglória: foi serrado ao meio.
- Conhecendo o seu livro
O livro do profeta Isaías é divido em três grandes blocos ou livrinhos: 1) Capítulos 1-39: Proto-Isaías ou Primeiro Isaías: antes do exílio do povo na Babilônia. 2) Capítulos 40-55: Dêutero-Isaías ou Segundo Isaías: do período do exílio. 3) Capítulos 56-66: Trito-Isaías ou Terceiro Isaías: do pós-exílio. São, portanto, uns 500 anos de história.
O Primeiro Isaías teve sua redação no século 8º AC, mesmo século de Amós e Oseias. O autor nasceu por volta do ano de 765 AC. Em 740, ano da morte do rei Ozias, inicia sua missão profética em Jerusalém. Exerceu o ministério durante quarenta anos. Foi profeta do templo de Jerusalém e conselheiro de três reis Joatão (740-734 AC), Acaz (734-715 AC) e Ezequias (715-698 AC). Enfrentou diversos grupos dominantes e elitistas de Jerusalém, defendeu as classes mais oprimidas e condenou a aliança com as potências da época (Assíria e Egito).
O Segundo Isaías foi escrito no século 6º AC, no tempo do exílio do povo na Babilônia. O autor é um profeta anônimo que exerce sua função profética no final do exílio na Babilônia, por volta de 540 AC. O Dêutero-Isaías é também conhecido como o Livro da Consolação. A consolação é, de fato, o principal tema desse livreto, contrastando com os oráculos ameaçadores dos capítulos 1 a 39. Sua profecia é bastante otimista com a possibilidade da derrota do império babilônico, vislumbrando no horizonte os sinais da liberdade.
O Terceiro Isaías foi escrito no século 4º AC, período pós-exílico. Essa parte de Isaías é uma espécie de coletânea de textos, nascidos com a colaboração de vários autores do pós-exílio e de épocas diversas. Em geral, essa terceira parte do livro apresenta-se como obra dos continuadores anônimos do Segundo Isaías. É o último trabalho da tradição isaiana, que prolonga a ação do grande profeta do século 8º. Tem como objetivo incentivar a comunidade que retornou da Babilônia e que já se encontra reunida em Jerusalém. Com o retorno dos exilados, surgem alguns conflitos com os que permaneceram na terra, o Terceiro Isaías procura iluminar essas questões.
- Temas específicos:
- Deus age na história – A obra de Deus. Isaías faz um profunda experiência com Deus que marca o início do seu ministério (cf Is 6) de forma gloriosa, aclamando o Deus todo poderoso pelos serafins “Santo, Santo, Santo”. O Senhor executa seus planos, faz até mesmos as outras nações de instrumentos em suas mãos, tema que outros profetas repetirão.
- O pecado do povo – Israel (Judá) é infiel politica e religiosamente o que constitui uma unidade, já que a fidelidade ao Senhor implica em rejeição aos outros senhores. Deus corrige o povo pelo castigo (37,11), mas salvará ao menos um resto (10,20-21).
- O conhecimento de Deus – Tema que não se refere a questão teórica mas experiencial. Israel é convocado a conhecer ao Senhor para ser guiado segundo o plano de salvação.
- A salvação messiânica – O descendente de Davi (o rei de Judá) éo representante de Deus na terra. Nesse sentido, Isaías cria oráculos notáveis em torno do descendente dávitico, sobretudo no livro do Emanuel (cap. 7-11).
Gostou? Desejo que você experiente Deus profundamente nessa leitura. A paz e pentecostes!
Fonte:
http://www.pr.gonet.biz/kb_read.php?num=470
https://www.paulus.com.br/portal/colunista/nilo-luza/profetas-biblicos-isaias.html#.XGVdEq_R-M8