Palavras proféticas Javé Nissi “Os cinco elementos da missão” (cf. Atos 4,31).

 

 O Papa Francisco tem nos exortado a ser uma Igreja em saída. Mas para não corrermos a tentação de irmos à missão sem a unção de Deus, quero apresentar cinco elementos que nosso moderador Tatá enfatizou no discurso de abertura do ano missionário no Congressinho da Comunidade Javé Nissi, no dia 27/01/2019, com acréscimos meus.

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O texto dos Atos dos apóstolos nos revela que a Igreja era essencialmente missionária, os mesmos estavam em estado permanente de missão. Os cristãos primitivos tinham a alma missionária e Deus os ajudava através do sopro da graça, o Espírito Santo que garantia toda eficácia da missão.

Nesse tempo de graça somos exortados ao mesmo empenho missionário. Podemos extrair do texto que a missão supõe basicamente cinco elementos:

a) A missão supõe vida de oração.

b) A missão supõe estar cheio do Espírito Santo.

c) A missão supõe anunciar com parresia.

d)  A missão supõe anuncio explicito da Palavra.

e) A missão supõe vida Comunitária.

1ª A missão supõe vida de oração –  A oração não deve ser considerada à parte da missão, mas parte da missão. O texto revela que terminada a oração… começa a missão.  Não podemos de forma alguma descuidar desse elemento fundamental, missão sem oração se torna ativismo e nos leva a desistência.

2ª A missão supõe estar cheio do Espírito Santo –  O Espírito Santo é o protagonista da missão. A Evangelização supõe a dependência total do Espírito Santo, Ele age tanto no Evangelizador como no ouvinte, o convencendo da Palavra anunciada.

A encíclica Evangelii Nuntiand no parágrafo 75 diz:

“Nunca será possível haver evangelização sem a ação do Espírito Santo. As técnicas da evangelização são boas, obviamente; mas, ainda as mais aperfeiçoadas não poderiam substituir a ação discreta do Espírito Santo. A preparação mais apurada do evangelizador nada faz sem Ele. De igual modo, a dialética mais convincente, sem ele, permanece impotente em relação ao espírito dos homens. E, ainda, os mais bem elaborados esquemas com base sociológica e psicológica, sem ele, em breve se demonstram desprovidos de valor”.

3º A missão supõe anunciar com parresia –  A parresia se traduz em dois elementos: martírio da própria vida e entrega total (consagração e disposição para morrer se preciso for); e criatividade, um dos elementos que mais temos refletido nesse tempo, não podemos mudar o conteúdo (Jesus), mas as formas podem ser mudadas conforme a necessidade de cada Evangelização. Cabe as Comunidades e Evangelizadores estarem abertos às inspirações do Espírito Santo que sempre inova e renova a Igreja impelindo a missão.

4º A missão supõe anuncio explicito da Palavra – Não haverá nunca evangelização verdadeira se o nome, a doutrina, a vida, as promessas, o reino, o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus, não forem anunciados (EN).

Nas palavras de Pedro: Em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado à humanidade pelo qual devamos ser salvos”. (Atos 4,12).

Como evangelizadores não podemos correr o risco de adulterar o Evangelho pregando nossas próprias palavras ou heresias, somos chamados a anunciar de forma direta e impactante a Pessoa de Jesus, através do kerigma para levar a todos a salvação.

5º A missão supõe vida Comunitária –   E como o proclamarão, se não houver enviados? (Rm 10,15 a). A Evangelização supõe o envio da Comunidade, a mesma não só envia os missionários pela autoridade que recebe do Cristo, mas garante seu testemunho e ampara nas tribulações.

Assim, todo evangelizador deve estar engajado na comunidade, deve buscar a perseverança e enraizamento na identidade da mesma, pregador sem vida comunitária é como pé de bananeira, dá um fruto só. Para darmos frutos e frutos permanentes em abundância, precisamos estar inseridos na comunidade onde recebemos a doutrina, a eucaristia, o suporte fraterno, orações e a intercessão de todos os Santos (cf Atos 4,32).

Para concluir: Nesses dois anos somos chamados a tocar fogo no rabo da raposa. Uma memória do que fez Sansão para destruir a plantação dos filisteus inimigos de Deus. (Juízes 15,4-5).

Ele foi embora e capturou trezentas raposas; pegou tochas, amarrou-lhes as caudas duas a duas e a cada dupla atou uma tocha no meio. Depois acendeu as tochas e soltou-as raposas nos trigais dos filisteus, incendiando tudo, tanto o trigo já empilhado como o que estava ainda de pé, tanto as vinhas como os olivais.

Somos chamados a colocar fogo no mundo, incendiando os campos secos de toda humanidade que está sedenta em ouvir com sinais a palavra de Deus. Aleluia!

Que a renovação cresça como “fogo no canavial” Que o Senhor nos garanta todo a eficácia da missão. A paz e pentecostes!

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