Não relaxeis no vosso zelo! (Rm 12,11)
A falta de fervor é um dos elementos mais graves na vida do Evangelizador pois a mesma provem de dentro. Quem experimente essa ausência tende a desistir da missão devido aos fardos pesados que geram essa ausência: cansaço, desilusão, acomodamentos, desinteresse, falta de alegria e esperança. Esses sintomas levam ao pessimismo e sentimento de desistência mediante aos desafios da ação missionária.
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Esse foi o sentimento que tomou de assalto os discípulos de Emaus na sexta feira da paixão. Ambos andavam tristes, abatidos, sem alegria e esperança, abandonando sua vocação (cf Lucas 24,13 ss).
A perca do fervor é provocada por um descuido do Evangelizador que gradativamente perde o combustível que mantem seu “fogo” aceso. Podemos ver essa realidade na parábolas das dez virgens:
“O Reino dos Céus pode ser comparado a dez moças que, levando suas lamparinas, saíram para formarem o séqüito do noivo. Cinco delas eram descuidadas e as outras cinco eram previdentes. As descuidadas pegaram suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo. As previdentes, porém, levaram jarros com óleo junto com as lâmpadas. Como o noivo demorasse, todas acabaram cochilando e dormindo. No meio da noite, ouviu-se um alvoroço: ‘O noivo está chegando. Ide acolhê-lo!’ Então todas se levantaram e prepararam as lâmpadas. As descuidadas disseram às previdentes: ‘Dai-nos um pouco de óleo, porque nossas lâmpadas estão se apagando’. As previdentes responderam: ‘De modo algum, pois o óleo pode ser insuficiente para nós e para vós. É melhor irdes comprar dos vendedores”. Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa do casamento. E a porta se fechou. Por fim, chegaram também as outras e disseram: ‘Senhor! Senhor! Abre-nos a porta!’ Ele, porém, respondeu: ‘Em verdade vos digo: não vos conheço!’ (Mateus 25,1-12).
Nessa parábolas temos as seguintes comparações:
O noivo: Jesus. As virgens prudentes: A Igreja que conservam a graça. As virgens imprudentes que são descuidadas. O óleo que é o Espírito Santo e o fogo que são os carismas e o testemunho.
Somos exortados a conservar o óleo até a vinda de Jesus. Quando conservados a vida no Espírito o mesmo por sua graça gera em nós fome de Deus, dizia o Papa Paulo VI aos líderes da Renovação Carismática:
Nesta renovação aparecem certas notas comuns:
– O gosto por uma oração profunda, pessoal e comunitária;
– Uma volta à contemplação e uma ênfase colocada na palavra de Deus;
– O desejo de entregar-se totalmente a Cristo;
– Uma grande disponibilidade às inspirações do Espírito Santo;
– Uma leitura mais assídua da Escritura;
– Uma ampla abnegação fraterna;
– Uma vontade de prestar uma colaboração aos serviços da Igreja.
Essa fome que nos leva a buscar os elementos citados acima é como um ciclo nos faz perenemente “alimentar e sentir-se esfomeado novamente” em síntese quanto mais eu busco mais eu tenho vontade de busca-lo.
As virgens descuidadas paralisaram esse ciclo, deixando gradativamente que o fogo acabasse. (v,8) “As descuidadas disseram às previdentes: ‘Dai-nos um pouco de óleo, porque nossas lâmpadas estão se apagando’
Nesse texto trago uma alerta: As cinco virgens imprudentes não sentiram falta do óleo mas do fogo. As mesmas só perceberam a lastima de seu estado quando viram o fogo se apagando. Por isso o Senhor exorta sobre a gravidade desse descuido. As vezes nos questionamos a ausência de sinais em nossa Evangelização, nos indagamos: Porque o fogo apagou?
O texto nos releva claramente, o problema não está no fogo. O Espírito Santo sempre será o mesmo, com toda sua potência e querer, mas o real problema é o combustível. Será que estamos diariamente conservando diariamente a mesma quantidade de combustível?
Aonde estamos falhando?
O combustível basicamente se esgota de duas formas: Pela ausência de abastecimento e por brechas, rachaduras e trincas onde é armazenado.
Será que estamos falhando no desejo do abastecimento constante ou nas brechas causadas que damos as tentações?
Qual seria a solução?
Continuemos para concluir com São Paulo: (Rm 12,11-13) Sede zelosos e diligentes, fervorosos de espírito, servindo sempre ao Senhor, alegres na esperança, fortes na tribulação, perseverantes na oração. Mostrai-vos solidários com os santos em suas necessidades, prossegui firmes na prática da hospitalidade.
Essa é a bula espiritual na visão Paulina que aplica no final do texto uma citação de provérbios: “assim amontoarás brasas sobre a sua cabeça, e o Senhor te retribuirá” (Pr 25,21).
Nunca faltará essas brasas de fogo, sobre aqueles se buscarem ser constantemente fervorosos no espirito. Que Deus nos conceda permanentemente essa graça, a paz e pentecostes!