A LINGUAGEM DOS SEMITAS, – ENSINO FUNDAMENTAL PARA SE COMPREENDER A BÍBLIA
Quem não leva em conta a linguagem dos semitas nunca entenderá plenamente a Bíblia. Porque a palavra de Deus ao ser transmitida pelo homem recebeu toda essa embalagem das faculdades humanas é o que chamamos de inspiração. Os semitas em seu dialeto eram um povo muito simples, diferentemente dos latinos e gregos que eram desenvolvidos na filosofia e no conhecimento.
Para esclarecer existe uma diferença entre conhecimento e sabedoria. Conhecimento é a capacidade que temos de adquirir informações, hoje dizemos que existem pessoas com um “QI elevado”, que são inteligentes, as mesmas assimilam, aprendem e desenvolvem informações com muita facilidade.
Sábios são aqueles que conseguem colocar seu conhecimento em pratica. Conhecemos muitas pessoas que são extremamente inteligentes e não são sábias, e conhecemos pessoas sem estudo e formação que são muito sábias. Que dizer de nossos avós que mesmo sem um conhecimento da ciência da medicina, tinham uma sabedoria para curar nossas doenças com remédios caseiros. Muitos dos remédios que temos hoje no mercado que foram patenteados pelos cientistas foram de forma primaria usados pelos sábios.
Voltando ao texto, os semitas não usavam a expressão “natureza humana”. Eles empregavam a palavra “carne” para dizer que toda humanidade havia se corrompido por causa do pecado. O escritor Sagrado escreveu para dizer que a mulher tinha a mesma natureza do homem, Adão se expressou com esta linguagem concreta e materializada:
(Gn 2,23) E o homem exclamou: “Desta vez sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada ‘humana’ porque do homem foi tirada”.
Alias essa foi à primeira declaração de amor da humanidade! Quando Adão viu Eva se apaixonou e se declarou, quando Eva ouviu Adão se apaixonou, já observou que os homens são atraídos pelo olhar, e as mulheres pela forma de conversar?
Na língua semita em vez de usar conceitos abstratos, os semitas recorriam a certos jogos de palavras que expressavam o seu pensamento de maneira concreta. No profeta Isaías temos um exemplo bonito, para dizer que a misericórdia de Deus está perto, o profeta diz que o braço de Deus não esta curto. Para dizer que Deus esta sempre atento as nossas preces o profeta diz que Deus não esta surdo.
(Isaías 59.1-2) Não foi o braço do SENHOR que ficou curto demais para salvar, nem ficaram surdos seus ouvidos e, ele, incapaz de escutar.
Quem não leva em conta a linguagem dos semitas nunca entenderá plenamente a Bíblia. Porque a palavra de Deus ao ser transmitida pelo homem recebeu toda essa embalagem das faculdades humanas é o que chamamos de inspiração.
Por exemplo no caso de Adão e Eva, da cobra e da fruta. Essas figuras literárias revelam um modo de falar personificado, trabalhando a fantasia para revelar uma verdade divina que Deus quer nos revelar: o seu projeto de amor e as consequências terríveis da rejeição de seu plano da parte do homem.
O escritor da Bíblia traz esse diálogo da serpente com o homem de Deus com a serpente, para dizer que existe um tentador, uma pessoa maligna. Essa tentação sempre vem de uma mentira que parece verdade (sofisma), Jesus disse que o demônio é o pai da mentira (João 8.44).
Quando o escritor Bíblico diz que Adão e Eva abriram os olhos depois de comerem o fruto proibido e viram que estavam nus, ele quer mostrar a triste realidade do pecado que revela nossas misérias e impurezas. Ver-se nu é a demonstração da vergonha, miséria, o seu nada, o vazio do seu coração, visto que o homem havia perdido a comunhão com Deus (santidade original) por causa do pecado.
Deixo um exercício, vamos ler novamente o capitulo 3 de Gênesis, relendo a história de Adão como nossa própria história uma vez que a palavra for abrindo nossos olhos e passarmos a enxergar nossas misérias, clamemos ao Senhor para que nos vista com sua glória.
E experimentaremos a graça de Deus:
(Gn 3.21) E o Senhor Deus fez para o homem e sua mulher roupas de pele com as quais os vestiu. E vestiremos a roupa de Deus o Espírito Santo: E sereis revestidos com a força do alto! (cf Lucas 24.49).
Fogo!