Valorize o pão (João 6.9)
“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, que é isso para tanta gente? (João 6,9)
O pão, na Bíblia, representa provisão. Jesus orou dizendo: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje.” (Mt 6.11) Ele representa sustento, necessidade suprida. Revendo a fala de André, preste atenção na segunda parte de sua declaração. Ela mostra como ele tratou a provisão que eles tinham. “Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas o que é isso para tantos?” (Jo 6.9).
Confira essa reflexão na íntegra.
Repare que ele não desvaloriza a provisão em si. Apenas o faz em relação ao desafio de alimentar uma multidão. Uma pessoa podia comer bem aquela provisão, mas não mais de cinco mil pessoas. Por desvalorizar o que tinham, eles não iriam repartir o que possuíam. A desvalorização iria gerar imobilização.
Tudo o que você achar insuficiente, pode levá-lo a uma postura de passividade e apatia. Pois, se há pouco pão, então, por que organizar a multidão na relva? Por que distribuir uma quantidade tão pequena? Para levá-lo a não fazer algo que deve ser feito, o diabo não vai lhe dizer para parar diretamente. Vai, porém, tentar desvalorizar a ação para que em seguida, você pare.
Porque se você achar que a sua pregação é pouco diante da incredulidade, vai parar de pregar. Se achar que sua oração é pouca, vai parar de orar. Se acreditar que um simples gesto de serviço é pouco, então vai parar de fazê-lo. Pois, a ação que você menospreza é a ação que você não pratica. Tudo que você faz e que não dá o devido valor, por causa do tamanho do desafio, gera desânimo. E esse desânimo, se não tratado, vai conduzir a pessoa a não agir e não viver o milagre.
Os discípulos não têm iniciativa de agir, pois acham aquilo pequeno. Não faça comparações entre a sua pequena ação e o seu grande desafio. Uma ação que foi direcionada por Deus tem potencial para se multiplicar. Pois, tudo o que vem de Deus tem potencial para se tornar grande. A fé pode ser pequena do tamanho de uma semente de mostarda, ainda assim, ela é capaz de transportar montes de um lugar para o outro. O que é pequeno hoje pode alimentar muita gente e mudar os cenários de onde estamos. No mesmo capítulo, Jesus usa esse milagre como pano de fundo para dizer que Ele é o pão da vida. Ele não é cinco pães, mas um único pão que é entregue e repartido, não para cinco mil pessoas, mas para trilhões e trilhões de pessoas que compreendem toda a humanidade em todas as eras. Um por toda raça humana, nos tempos passado, presente e futuro. Parece pouco não é? Contudo, foi o suficiente para que toda pessoa faminta por vida a tivesse, não apenas em quantidade necessária para se saciar, mas em abundância! Porém, e se Jesus pensasse: “O que é a minha entrega diante de homens tão difíceis? Eu estou com eles e eles não mudam. Eu faço milagres e eles continuam não crendo.” Se Jesus tivesse olhado para isso, talvez desvalorizasse o seu sacrifício e não teria feito o que fez. Pois, você só se sacrifica por aquilo que valoriza. Você jamais se esforçará a ponto de se sacrificar para colocar em prática uma ação que não valoriza. O sacrifício mostra o valor que damos ao nosso propósito. Ao ver alguém se sacrificando por algo, eu também vejo o quanto essa pessoa valoriza seu propósito. Um atleta que treina todo dia mostra o quanto ele valoriza a vitória. Um aluno, deixando de sair com outros para estudar para o vestibular, demonstra o quanto ele se importa com sua aprovação. Uma mãe que perde horas de sono para cuidar do filho revela seu amor pelo mesmo. Um homem que trabalha demais pode estar mostrando a importância que ele dá ao trabalho e à remuneração que recebe no final de mês. Nosso sacrifício revela o que valorizamos, o que amamos. A linguagem do sacrifício é a linguagem do amor. Se você parou de se doar por algo, pode ser que tenha perdido a noção do valor disso. Onde está o nosso tesouro, está o nosso coração. Antes de mudar suas atitudes, aprenda a valorizar o seu propósito.
O que o levará a praticar a vontade do Senhor! Jesus não desvaloriza os pães e peixes, mas dá graças a Deus. Agradecer a Deus é uma excelente maneira de fazer coisas pequenas aumentarem de valor aos nossos olhos. Antes de repartir, Jesus valorizou o que tinha. Você só compartilha o que valoriza. Por isso que quando alguém reclama da vida que tem, não a oferece a ninguém, não estimula ninguém a viver o que ele vive. Nossa alegria com Jesus convida o mundo a recebê-lo. Mesmo que pareça pouco o que você tem, valorize isso. Sua família, a comida no prato, sua saúde, seu nome escrito no Livro da Vida, seu ministério. Esses são apenas alguns dos itens que podem fazer parte da sua lista de ação de graças.
Não desvalorize o que você já recebeu de Deus. Pois, aquilo que recebeu de Deus, pode ser fonte multiplicadora de forças para vencer seus desafios amanhã. O pão da provisão pode ser o pão da multiplicação. Nesta ação de graças, você cria ambiente para a ação de Deus. Você pode ficar reclamando pelo que não tem e continuar sem ter. Ou pode agradecer pelo que tem e ver Deus multiplicar o que possui. A escolha é sua. O espírito de ação de graças precisa permear nossas atitudes, a tal ponto que a façamos com intensidade e paixão.
Uma mulher chamada Helen Keller disse: “Quando era jovem disse que desejava fazer grandes coisas e não consegui. Então decidi fazer coisas pequenas de uma maneira grandiosa.” Agregue valor no que você faz. Pois, pode ser exatamente esses cinco pães e dois peixinhos que vão alimentar muita gente. Você pode não ser capaz de tudo, mas pode fazer algo. Não pare. Valorize. No Senhor, nosso trabalho não é vão. Pois, a fé não está ancorada na insuficiência da situação, mas na suficiência de Cristo.
Ele é o pão da vida provedor de todas as nossas necessidades, aleluia!